A quarta temporada de Stranger Things já está completa no catálogo da Netflix. Sua divisão em dois volumes deu o que falar, afinal, quem não estava ansioso para saber o desfecho de uma temporada tão instigante? E agora que temos a história completa, será que ela supriu todas as expectativas?
Nessa temporada, um novo mal assola Hawkins: Vecna (Jamie Campbell Bower). Assim, vários assassinatos começam a acontecer, e agora que Onze (Millie Bobby Brown) está longe, novas formas de destruir esse mal precisam ser descobertas. Então, os personagens partem em diferentes missões, que acabam se conectando.
Stranger Things e seu escalonamento
Essa quarta temporada certamente é a mais ambiciosa. Não apenas em produção, mas principalmente pela quantidade de núcleos desenvolvidos e a duração dos episódios. O que poderia colocá-la em um estado de instabilidade e torná-la maçante ou desregrada.
Então, existia a difícil missão de estabelecer diferentes níveis de urgência, além de entrelaçar todas as subtramas em uma única linha. Pois bem, os irmãos Duffer prometem e entregam.
A longa duração é bastante útil para a construção dos personagens. Todos eles estão em diferentes momentos em suas vidas, mas passam por algum tipo de jornada íntima. E durante essas arriscadas experiências, eles se movimentam organicamente.
Os novos personagens fazem sentido para essa história e contexto, mas quem realmente se destaca é Eddie Munson. Como não se afeiçoar a um personagem tão nerd e carismático? Seu arco está dentre um dos melhores da temporada. Sabemos que ele não merecia sofrer tanto, mas a cena dele tocando guitarra é irada!
Infelizmente, algumas coisas que estão sendo contadas prendem mais do que outras e torcemos para elas voltarem logo. Além disso, o risco se mostra crescente e dificilmente veremos decisões realmente corajosas em relação aos personagens principais.
Embora Stranger Things caia em algumas conveniências e clichês, ela compensa em diversos outros aspectos. Os episódios especificamente dirigidos por Shawn Levy são os mais bem-feitos da temporada. Além das naturais transições de cena, a geografia dos ambientes que ele situa é precisa, os movimentos da câmera trazem um tremendo ritmo e perigo às cenas; fora a montagem propositalmente instigante.
Novas velhas ameaças
Vecna é, sem dúvidas, o melhor vilão da série. Seu visual é uma excelente mistura de efeitos práticos com visuais, além de ser artisticamente marcante. O próprio conceito de como ele atinge suas vítimas é psicologicamente grotesco, mostrando que essa temporada não tem medo de apelar para o horror.
Mas um dos maiores triunfos dessa penúltima temporada é como ela se conecta às anteriores. Se antes tínhamos tantas dúvidas a respeito dos mistérios da série, agora, elas são finalmente respondidas. Essa história volta em absolutamente todos os acontecimentos da série e como eles se interligam com o que acontece agora.
A Onze sempre foi a grande face da série e, mais uma vez, entendemos a sua importância nessa história e como ela desencadeou tudo. Sua equivalência com Vecna é o que deixa seu arco tão sólido, fora os grandes momentos épicos.
E, dentro disso, revelações realmente surpreendentes, que trazem um ótimo senso de continuidade, e amarram tudo. Nós sentimos, de fato, que estamos caminhando para o final; e ele parece muito incerto pela forma com que a ameaça cresce e se aproxima fisicamente.
Diversos momentos são emocionalmente muito poderosos, que dadas as circunstâncias, tiram o fôlego. A grande cena da Max, além da música marcante, apresenta uma construção imprevisível de ambiguidade e nos desperta as mais variadas sensações: ficamos tensos, emocionados e aliviados.
Portanto, a quarta temporada de Stranger Things só mostra como essa série é uma crescente. Os elementos que enriquecem cada vez mais a história e personagens, a torna um dos maiores e mais recentes marcos da cultura pop. Agora, que venha o grande desfecho na quinta temporada!
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