Em Barbie: Moda e Magia, Barbie tem que lidar com problemas de carreira e relacionamento que surgiram de um dia para o outro. Para se recuperar, ela decide visitar tia Millicent, uma designer de moda que está prestes a fechar sua loja em Paris. Com a ajuda de Alecia, a assistente da tia, e de umas fadinhas mágicas, Barbie precisa fazer um desfile de moda impecável para salvar a Millicent’s de um desastre financeiro.
Por volta dos anos 2000, mais da metade das crianças estava sempre ansiosa com um lançamento: o novo filme da Barbie. Com uma faixa etária que geralmente alcançava os dez anos, era difícil entender conceitos como data de lançamento, roteiro, direção…
Porém, isso em nada impedia que o público infantil, quase sempre composto por garotinhas, não tivesse a certeza de que em certa época do ano um novo filme da Barbie chegaria às suas mãos. No final da década, em 2010, Barbie: Moda e Magia estreou, dirigido por William Lau. E movimentou bem o falatório entre os fãs mirins da boneca.
Além da perfeição
Até o lançamento de Moda e Magia, a Barbie podia ser considerada uma princesa, sereia, camponesa, bailarina, mosqueteira, e mais um bocado de adjetivos. Contudo, foi só com a chegada do filme de William Lau que a personagem ganhou mais realismo.
Aqui, a protagonista símbolo da perfeição está mais humana que nunca: sofre críticas no ambiente de trabalho, recebe sinais confusos em um relacionamento estável… e muito mais em um único dia de vida adulta. Gente como a gente, ela decide embarcar em uma viagem de última hora para as terras francesas, e refletir sobre o rumo de sua vida.
Durante pouco mais de uma hora, podemos ver algo além da personagem caricata, e que esbanja carisma e felicidade em um nível anormal. Adentramos em seu convívio, tendo acesso ao seu dia a dia e família. Primeiro, nós espectadores, recebemos uma surpresa feliz: Barbie é atriz. Podemos ver em seu camarim, pôsteres que fazem referência a suas outras vidas como sereia, e outros papéis que a tornaram reconhecida.
Esse senso de podermos conhecer alguém que sempre esteve aos nossos olhos infantis de outro modo chega a ser refrescante. Como é aliviador saber que a Barbie também tem contas para pagar, e chefes incompreensivos.
Porém, como crianças, o que mais se nota é que a boneca também está além da felicidade, e que sente suas emoções de uma forma mais natural.
O protagonismo dividido em Barbie: Moda e Magia
Se a tristeza da Barbie serviu para algo, certamente foi para dar espaço a uma trama mais elaborada para o pobre Ken, que sempre ficou de escanteio em quase todos os filmes.
Em Barbie: Moda e Magia, fica mais fácil entender o motivo de ele ser o namorado perfeito. Muito além de um acessório, Ken se mostra, em suas cenas, alguém que realmente se esforça, e tenta fazer de tudo para o relacionamento dar certo.
Ele não hesita em deixar tudo de lado para ir atrás dela, afinal, ela é a Barbie e ele é o Ken. Ademais, mesmo sendo “apenas o Ken”, vemos em Moda e Magia um lado muito mais recheado de personalidade. Ken também pode ser engraçado, inteligente, atencioso, educado, e ser digno de receber uma parcela de protagonismo pela sua personalidade que não recebe a atenção merecida.
Com uma direção dividida, estamos quase na maior parte do tempo acompanhando a nova missão de Barbie na Millicent’s, mas também temos mais acesso ao Ken, sozinho, se virando para conseguir chegar a ela.
Vale a pena?
Portanto, sim, Barbie: Moda e Magia vale a pena. Mesmo que você tenha cinco anos ou trinta, o filme entrega um roteiro interessante e fora do convencional diante daqueles que foram apresentados até o momento. Além disso, temos acesso a novas facetas da Barbie e Ken, como pessoas e como casal.
Por último, não se pode deixar de mencionar o entretenimento enorme que os personagens secundários nos proporcionam (especialmente os animais). Enfim, Moda e Magia entrega a essência de Barbie em poucos minutos, com roupas fabulosas, empatia e leveza em um pacote cor-de-rosa salpicado de brilho e glamour.
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