Dirigido por Michael Showalte, Os Olhos de Tammy Faye, se baseia no documentário homônimo de Fenton Bailey e Randy Barbato, que retrata as controvérsias do casal televangelista Tammy Faye e Jim Bakker.
No filme, acompanhamos Tammy () e seu marido Jim (Andrew Garfield), entre as décadas de 1970-1980, ambos de origem humilde e religiosa, conseguindo, juntos, criar a maior rede de radiodifusão religiosa e parque temático do mundo. Porém, a imagem feliz, demonstrada pela mensagem de amor, aceitação e prosperidade, não era totalmente despretensiosa.
O que deu certo em Os Olhos de Tammy Faye

O que mais nos chama a atenção durante a experiência, com certeza, são as atuações principais. Jessica Chastain demonstra um nítido esforço nesse papel, onde transparece uma certa ingenuidade e capta os mínimos trejeitos de sua figura, traduzindo até as “risadas” de Tammy Faye.
Enquanto Andrew Garfield, convence em momentos pontuais de drama. No entanto, ele destaca-se mais quando é para ser o “Jim Bakker persuasivo”. São nesses momentos que o ator entrega a confiança necessária de um personagem como esse.
O trabalho de maquiagem deverá incomodar muitas pessoas que assistirem ao filme. Porém, existem momentos em que Jessica Chastain está simplesmente irreconhecível. Há um momento, no final do filme, em que o trabalho feito em Andrew Garfield salta aos olhos.
O filme opta por seguir essa estética brega e extravagante. Abraçaram esse caminho de forma interessante. Além da estranheza visual que nos é gerada, já que sabemos que existem diferentes artificialidades na narrativa em que somos mergulhados.
As reverências colocadas em absolutamente todas as frases, chegam a ser irritantes. Mas, é claro, isso foi totalmente intencional, para entendermos como agiam as pessoas que o filme está retratando.
Por esse lado, o filme é super interessante. Ele nos mostra as pessoas que usam a religiosidade para lucrar, junto de todo o preparo para isso acontecer. Algumas questões são bem delicadas e vão causar reflexões, afinal, isso aconteceu na vida real e ainda acontece.
Os problemas evidentes

O filme passeia por diferentes períodos dessa história tão controvérsia, dando destaque para Tammy Faye. E, mesmo que algumas passagens prendam a nossa atenção, a maioria delas poderiam surtir com mais naturalidade na trama.
De repente, poderiam ter dado outro tratamento na forma com que a história foi contada. A montagem também se mostra nos pontos negativos, afinal, nem sempre uma cena se interliga bem com a seguinte.
Alguns momentos do filme são lentos e outros soam rápido demais. Dessa forma, talvez tenha faltado um melhor balanceamento no aspecto em questão. Quem sabe, uma direção que tivesse um melhor domínio para esse gênero de história?
Somado aos típicos elementos de uma cinebiografia tradicional; as pontuações narrativas e previsibilidade de algumas situações, que estão inseridas em uma história real de superação. Não existe um certo impacto ou originalidade dentro do subgênero, outros filmes como esse já foram contados dessa forma anteriormente.
Portanto, Os Olhos de Tammy Faye é um filme mediano. Tem alguns pontos a serem destacados, mas alguns elementos soam repetitivos e até superficiais. É um filme que está bem longe de ser desinteressante, já que aborda um tema relevante.