2020 Nunca Mais é um documentário fictício da Netflix encabeçado pelos mesmos criadores de Black Mirror, Charlie Brooker e Annabel Jones e escrito por outras dezoito pessoas.
Com humor ácido, ironia e sarcasmo normalmente usados nas produções de Brooker e Jones, 2020 Nunca Mais, é uma retrospectiva dos acontecimentos mais importantes do mundo em 2020.
O documentário fala da pandemia do novo Coronavírus, das eleições presidenciais e do caso de racismo envolvendo George Floyd, assunto o qual é tratado com bastante seriedade, deixando o humor de lado.
O documentário conta com um elenco de estrelas e podemos perceber que a Netflix soube escalar bem os atores. Narrado por Laurence Fishburne, 2020 Nunca Mais, retrata figuras marcantes desse ano: Samuel L. Jackson interpreta o jornalista raivoso Dash Bracket, um personagem de opiniões fortes e sinceras; Tennyson Foss (Hugh Grant) é um professor de História intolerante que mistura fatos históricos com fictícios; temos também Cristin Milioti interpretando uma típica cidadã de bem, conservadora e contra o racismo —mas na verdade é racista; A Dra. Maggie Gravel, interpretada por Leslie Jones, é uma Psicóloga que possui opiniões verdadeiras, as vezes verdadeiras demais; Diane Morgan dá vida a pessoa mais comum possível, uma mulher que passou a quarentena como muitos, assistindo à várias produções da Netflix e que, cansada das mesmas coisas, mudou de canal e passou a acompanhar as eleições dos Estados Unidos como se fosse mais uma série.
O documentário também traz personagens como o egoísta CEO de uma empresa tecnológica, um cientista, um influencer, a porta-voz da Casa Branca e até a Rainha Elizabeth II, todos retratados de forma não muito diferente da vida real.
O roteiro peca em não fazer uma retrospectiva global, focando mais nos EUA e Reino Unido, mas apesar disso ele cumpre seu papel. 2020 Nunca Mais é um documentário que contém humor, mas também deixa aquele gosto amargo e que provavelmente não irá agradar muitas pessoas.