Depois de muita espera, o novo filme de Mortal Kombat está entre nós. O filme que gerou muitas expectativas desde o momento em que foi confirmado, e ganhou a graça dos fãs após seu primeiro trailer, mas será que supriu tais expectativas?
Dirigido por Simon McQuoid, o filme usa a história básica do game de Mortal Kombat para construir o enredo. No longa, o Imperador da Exoterra, Shang Tsung (Chin Han), enviou Sub-Zero (Joe Taslim) para a Terra, com intuito de exterminar os campeões que defenderiam o planeta no combate mortal. Assim, conhecemos Cole (Lewis Tan), um lutador acostumado a apanhar por dinheiro, que não sabe nada sobre o mundo em que vive, tão pouco de que carrega uma herança sanguínea poderosa. Ao ser caçado por Sub-Zero, Cole sai em busca e Sonya Blade (Jessica McNamee), como lhe fora recomendado por Jax (Mehcad Brooks), um soldado das Forças Especiais que tem a mesma marca de nascença em forma de dragão que Cole. Com isso, eles vão à procura do templo de Lorde Raiden (Tadanobu Asano), onde irão buscar treinamento para aprimorar suas habilidades antes de irem ao torneio.
O filme conta com muitos personagens, quase todos muito conhecidos pelos fãs de videogame, com exceção de Cole, que foi uma das exigências da Warner para que o filme saísse. Com tantos personagens, a história passa por inúmeros problemas de ritmo que diminuem a qualidade do filme. Mas ainda há pontos bons que devemos falar.
O interlúdio do filme é um dos melhores momentos do longa, que mostra o que está por vir (ou deveria) em um combate mortal entre Hanzo Hasashi (Hiroyuki Sanada) e Sub-Zero, onde a brutalidade e a violência predominam, como é o esperado em um filme de Mortal Kombat. No entanto, a violência e a brutalidade dão uma sossegada logo depois do interlúdio e demoram a voltar.
No decorrer do filme, as coisas vão sendo construídas sem muitas explicações, o protagonista Cole é facilmente levado direto aos locais onde tem que estar para que o filme conte sua história, são raros momentos de indecisão como geralmente acontece. Não é todo mundo que abandona sua família que pode ser morta por um assassino com poderes sobrenaturais para se juntar a um grupo de pessoas desconhecidas… Por conta disso, a história é contada de forma muito rápida, tirando um pouco da tensão que deveria ter para que o filme funcionasse melhor.
Os combates entre os protagonistas e os vilões da Exoterra são bem feitos. Com efeitos visuais muito bem trabalhados que dão vida ao gore esperado em cada Fatallity do filme. As cenas de luta e violência são as melhores coisas do filme, na verdade, sem essas cenas, o filme poderia ser considerado medíocre, já que a história não anima muito. As lutas mantêm a atenção do espectador, mas também há problemas nessas lutas. São tão poucas as cenas de violência brutal, algo que deixam os fãs frustrados. Além disso, em todo fim de luta o personagem precisa usar os bordões do jogo como uma forma de fanservice barata que mais ridiculariza a cena do que diverte.
O filme corre para o último ato e lá temos seu melhor momento, com um Deus Ex Machina que traz a nostalgia a seu favor e o fanservice de maneira correta, como deveria ter sido feito durante toda a trama. Nem mesmo o visual dos personagens trazem nostalgia, mesmo que estes estejam muito legais, o figurino é um dos pontos fortes do filme.
Mortal Kombat é um filme de ação e fantasia que entrega boas doses de cenas de violência e lutas bem coreografadas, no entanto, não atinge as expectativas impostas, por conta de sua história que é contada de forma tão corrida e de personagens que estão absurdamente mal colocados na trama — isso deve ter sido por conta da clara inexperiência do diretor, já que foi seu primeiro filme. O longa deixa um gancho para uma sequência, que vai depender de sucesso deste para acontecer. Mesmo com tanto problemas, ainda é possível que a história se organize com um próximo longa, que vamos aguardar pacientemente e, desta vez, com menos expectativas.