O mercado de quadrinhos sempre nos apresenta histórias com qualidades absurdas, mesmo fora dos holofotes. Assim acontece com o segundo trabalho autoral de Jonathan Hickman para a Image Comics (o primeiro foi The Manhatan Projetc), ilustrada por Nick Dagotta, a HQ East of West, conta uma história que vagueia pela fantasia, ficção científica e western.
Passado em futuro distópico, a narrativa é um pouco confusa e complicada de entender, e mesmo que seja difícil de explicar a sinopse, vamos tentar: durante a Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra de Secessão, um objeto que vem do espaço muda radicalmente os acontecimentos históricos que conhecemos. Os Estados Unidos agora estão divididos e conhecidos como As Sete Nações da América, gradualmente entendemos que há um equilíbrio e um propósito que liga os líderes destas nações, o Apocalipse.
Também conhecemos os quatro Cavaleiros do Apocalipse que, na verdade, são apenas três, já que a Morte se desgarrou deles para seguir seu próprio caminho, com um propósito diferente dos três cavaleiros cujo objetivo é trazer o fim dos tempos.
A história, no primeiro de cinco capítulos, é bastante confusa, quando apresenta vários personagens e motivações diferentes que, a cada momento, dialogam sobre coisas que ainda não foram explicitamente apresentadas. Algumas, aliás, não foram apresentadas de forma alguma durante todo o decorrer da HQ. No entanto, com o passar dos capítulos, vamos conhecendo os personagens e entendo a motivação de alguns, o que nos permite classificar em quem devemos confiar ou não, mas, é de uma forma tão desalinhada que até metade do segundo capítulo é maçante e chato. O personagem que aparentemente é o protagonista da história inclusive, tem poucos momentos que definem quais são, de fato, as suas motivações.
Porém, o traço e o visual dos personagens se mantém firme até começarmos a melhor entender a trama. O casamento do sci-fi com naves espaciais e humanos com protótipos “cybers“, com o western do protagonista, Morte, um cowboy que é seguido por uma bruxa e um bruxo com visual indígena americano, são partes fundamentais para a diversão e as qualidades desta história. A narrativa se passa em um futuro distópico de 2064, e é apresentado visualmente tão bem em cada detalhe que o leitor acaba a história pedindo mais. Além disso, a divisão das Sete Nações é meticulosamente bem elaborada, com povos americanos que levam muito das características do mundo atual, mas com uma pegada ficcional que é muito bem elaborada pelos autores.
East of West, embora tenha uma introdução bastante confusa, é uma excelente história de super poderes que se desprende dos clichês heroicos que conhecemos entre as grandes editoras e se destaca ainda mais pela quantidade de personagens legais e pelo design que é a melhor parte de toda a história.
Aqui no Brasil, a publicação fica por conta da editora Devir, que já conta com alguns volumes desta intrigante história.