O Caminho dos Reis é o primeiro livro da saga Os Relatos das Guerras das Tempestades, do autor Brandon Sanderson.
O livro é considerado um dos maiores — e melhores — livros de ficção fantástica de todos os tempos. Com 1240 páginas, Sanderson cria um universo rico e uma história épica cheia de reviravoltas. Mas será que o livro é tudo isso? Confira nossa resenha.
A grandiosidade épica em O Caminho dos Reis

No livro, acompanhamos a história do ponto de vista de alguns personagens. Ambientado no planeta Roshar, caracterizado por seu terreno acidentado e rochoso, e clima tempestuoso, vemos a história de um mundo em guerra, frequentemente afetado por suas tempestades. Deixaremos para explicar a mitologia e características desse planeta em outro artigo.
A história parte do assassinato do rei dos alethi, orquestrado por um povo rival conhecido como parshendi. Por conta disso, uma guerra se inicia entre os alethianos e parshendianos. E um salto temporal nos apresenta aos cenários e aos protagonistas que vamos acompanhar.
Através do ponto de vista dos personagens Kaladin, Shallan, Dalinar, Adolin e Szeth, Brandon Sanderson apresenta os detalhes do mundo de Roshar e a trama da história.
Todos os personagens possuem motivações e experiências diferentes, que tornam a história ainda mais rica, visto que eles nunca param de evoluir e apresentar novos detalhes.
Por meio de Kaladin, por exemplo, vemos um pouco mais do lado místico das tempestades. Além disso, entendemos como funciona a mentalidade dos escravos no livro. Dalinar e Adolin nos mostram os exércitos e os Cavaleiros Radiantes, peças extremamente importantes para o universo criado pelo autor. Através do ponto de vista de Shallan conhecemos a nobreza e como funciona a política nas cortes de Roshar. Szeth, por sua vez, é o personagem mais misterioso, ligado às principais tramas.
Magia e conceitos únicos
Brandon Sanderson utiliza conceitos únicos para explicar os elementos fantásticos do livro. A magia funciona por meio de pedras preciosas brilhantes deixadas pelas grandes tempestades.
Logo, o autor utiliza o próprio clima como um personagem à parte. Então, é possível que esta seja uma das histórias de fantasia mais originais publicadas no Brasil.
Além disso, diferentemente de autores como George R. R. Martin e Robert Jordan, que fazem muito uso de transições de personagens, Sanderson consegue fazer com que isso não seja um incômodo. Toda a narrativa é fluída e tão meticulosamente bem trabalhada, que cada ponto de vista é extremamente interessante.
Você vai ler cerca de 600 páginas e ainda vai sentir que o motor está esquentando. E isso não é ruim. O Caminho dos Reis não tem pressa em se apresentar. Além disso, há várias confirmações de que algo maior está por vir, no entanto, o que está em jogo no presente da leitura ainda é fascinante o suficiente para entreter ao máximo.
Conclusão
Vida antes da morte.
Brandon Sanderson, O Caminho dos Reis
Força antes da fraqueza.
Jornada antes do destino.
O Caminho dos Reis é uma jornada épica e majestosa em uma grandiosa história de literatura fantástica. Apesar de suas mais de 1200 paginas, o livro é apenas uma introdução de algo muito maior. E em momento algum fica entediante ou desinteressante. Pelo contrário, a cada novo capítulo, o leitor é transposto a uma imersão cada vez maior do universo criado pelo autor. Além de se sentir extremamente familiarizado com os personagens no decorrer da trama.
A alma do livro está em seus personagens e na habilidade de Brandon Sanderson em tornar tudo mais palatável e vivo. Até mesmo o mais secundário personagem em cena pode acrescentar algo interessante.
Apesar de alguns erros ortográficos no decorrer do livro, a edição da editora Trama, traz uma bela capa com cores vivas. Além disso, a tradução é bem-feita e, apesar dos erros, não torna O Caminho dos Reis uma obra cansativa.
Leia mais sobre: Brandon Sanderson