Dirigido por Frank Capra, A Felicidade Não Se Compra foi lançado nos EUA em dezembro de 1946, tendo o lançamento no Brasil dois meses depois. E, mesmo após tanto tempo, o longa continua sendo um dos filmes natalinos mais essenciais de todos os tempos.
Na noite de Natal, Clarence (Henry Travers), um anjo sem asas, recebe a missão de ajudar George Bailey (James Stewart), um bom homem que está prestes a cometer suicídio. Nessa jornada, o homem embarca em uma grande lição de vida.
Os toques de originalidade
É impressionante como o longa nos conquista desde os primeiros minutos. Não apenas pelas orações, mas também, pela escolha de como irá retratar suas divindades. É muito criativo e de certa forma, engraçado, quando assistimos pela primeira vez.
O anjo não tem noção da vida que terá de interferir, da mesma forma, que nós também não conhecemos esse protagonista. É muito valioso como o filme nos convida para espiar a vida de George, até chegar o momento em que ele decide tomar a pior decisão de sua vida.
A própria montagem nos diverte nesse aspecto. Afinal, não somos apenas nós que estamos assistindo a esses flashbacks. Então, as narrações pontuam detalhes que tornam a experiência mais agradável, como, por exemplo: as interferências, as dúvidas e os esclarecimentos que vemos depois.
A história é sincera e os personagens são atrativos. O carisma e a dramaticidade entregues de James Stewart nos relacionam mais ainda com esse personagem, além dele ser bem escrito. Enquanto Donna Reed, nos transmite simpatia e alegria; então, realmente gostamos de ver os dois em tela.
A magia presente em A Felicidade Não Se Compra
É muito delicado um filme cuja premissa trata de alguém prestes a tirar a própria vida. O filme não é pessimista, mas ele não deixa de mostrar as inconsistências da vida. Ainda sim, ele trata os acontecimentos de maneiras bem sutis, a energia que o filme emana não é negativa.
O filme terá seus grandes momentos decisivos e até melancólicos, porém, é notável como o diretor Frank Capra conduz essa história. Existem pequenos momentos, pequenos detalhes que nos tiram um sorriso de imediato. Dessa forma, pode-se dizer que as pequenas belezas da vida não foram mostradas por acaso.
A reflexão entregue torna-se universal. Ela trata a vida com preciosidade, chegando na afirmação de que “Todos nós fazemos a diferença e nem sabemos“. A mensagem é clara, ela nos transmite a ideia de que tudo vale a pena, com as melhores pessoas. O bem sempre volta e nós podemos atribuir sentido às pequenas coisas.
O final é onde temos a belíssima subversão, afinal, esse é um filme de Natal. Nesse sentido, existe magia, não só intrinsecamente na narrativa, mas em todas as reflexões atemporais que nos são geradas.
Portanto, A Felicidade Não Se Compra nos mostra o valor da vida. O plot do filme faz sentido em se passar na época de Natal. É real, mágico e essencial. Esse filme é um daqueles que todo mundo precisa ver pelo menos uma vez na vida!