Já está disponível na HBO Max o mais novo longa estrelado por Hugh Jackman e Rebecca Ferguson, Caminhos da Memória, lançado em curtíssimo circuito de cinema. Nós do Código Nerd 42, assistimos e apresentamos aqui nossas impressões. Será que o filme ficará na sua memória?
Uma cidade ameaçada
A película se passa em um futuro não muito distante. Estamos em Miami, sul dos Estados Unidos, em uma época que o mundo sofre com o aquecimento global. O mapa está cada vez mais desaparecendo e diques impedem que fique totalmente submersa.
Neste cenário mora Nick Bannister (Hugh Jackman), um investigador particular cujo trabalho é um tanto peculiar: acessar as memórias das pessoas para encontrar algo perdido ou até mesmo ajudar em investigações da polícia e promotoria da cidade. Contudo, quando Mae (Rebecca Ferguson) procura-o para encontrar um brinco perdido, o mundo de Nick muda completamente.
Entretanto, quando Mae desaparece misteriosamente, Nick tentará encontrá-la a todo custo, em um intrincado mistério, que conforme mais perto da verdade chega, mais perigoso fica.
Um estilo noir
O filme acerta precisamente ao contar uma história muito parecida com o estilo noir dos anos 50, ou seja, um detetive narra a história conforme ela vai ocorrendo, com muitas impressões e visão pessoal.
E realmente o filme cumpre o que promete. O detetive vai juntando todas as pistas que consegue, com a finalidade de descobrir o real motivo do desaparecimento de Mae.
Porém, a trama perde força, ao passo que o próprio espectador não consegue embarcar na ideia do protagonista. É cansativo ver Nick correndo de um lado para o outro, quebrando regras, mudando situações e extrapolando limites, tudo em prol de algo que não fica claro para nós se realmente ele luta por algo certo.
Confusão com crítica ambiental
Conforme dito, a história se passa em um futuro não muito distante, onde o aquecimento global fez os níveis dos mares subirem a níveis extremamente perigosos. Somente diques salvam a cidade de Miami a não afundar nas águas.
A questão é que esse plot fica em segundo plano, dando a nítida sensação de ser algo completamente descartável. Assim sendo, pouco importa se a ambientação fosse em um cenário de alta periculosidade por conta desse aumento do nível do mar ou em um ambiente mais cyberpunk — o que faria muito mais sentido — pois esse fator não é explorado.
Atuações
Hugh Jackman não consegue entregar um papel carismático, tão comum quando se vê seu rosto. Não que ele esteja ruim, afinal, é de Hugh que estamos falando. Porém, há uma sensação de que ele poderia ser muito mais do que o filme nos faz querer acreditar.
Rebecca Ferguson não consegue adicionar muita coisa com seu papel também, mas é notável o esforço que ela emprega em entregar um papel, ao menos verossímil.
Quem se destaca mesmo é Thandiwe Newton (Westworld). Seu papel é o mais profundo e gera alguma discussão, com fantasmas passados atormentando seus pensamentos e os resultados de suas escolhas que levam a entregar-se ao alcoolismo. Uma pena ser uma mera coadjuvante.
Veredito
Caminhos da Memória é um filme que inicia muito bem e preza em mostrar o lado investigativo mais intrincado, mas acaba por pecar na proposta por se arrastar demais após sua primeira metade.
Funciona em alguns aspectos, mas em outros se perde. A ambientação é interessante, mas desnecessária para o contexto do filme, o que concluímos ser somente uma informação jogada, sem nexo algum com o filme. Assim sendo, não há nenhuma relação da história do filme com o ambiente criado.
Enfim, Caminhos da Memória diverte e possui reviravoltas interessantes e nada mais. Não espere um filme reflexivo ou um filme de ação desenfreada. Se assistir sem grandes expectativas, há uma boa hipótese de ficar satisfeito.
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