Após o sucesso estrondoso de Homem-Aranha, uma sequência já era esperada e assim aconteceu. Mais uma vez, dirigido por Sam Raimi, Homem-Aranha 2 chegou às telonas em 2004 e tinha a missão de expandir o universo já bem estabelecido. Mas, será que o longa cumpriu esse papel?
Nessa sequência, a vida de Peter Parker (Tobey Maguire) muda por completo. A sua vida de herói colide cada vez mais com a sua vida pessoal, fazendo perder seus poderes e interferindo em seu interesse amoroso, Mary Jane (Kirsten Dunst). Além disso, ele precisa lidar com Otto Octavius (Alfred Molina), que passa de um grande amigo a mais nova ameaça à cidade.
Homem-Aranha 2 como sequência
O filme já inicia com créditos iniciais incríveis. A trilha sonora original de Danny Elfman nos transmite uma sensação de heroísmo e épico, marcando, desde já, quem assiste. Além disso, temos as excelentes artes de Alex Ross, que nos relembram os principais acontecimentos do filme anterior e traz aquela nostalgia com um diferente olhar.
Analisando o primeiro filme como uma obra, ele fecha tudo muito bem. Porém, é interessante como os conflitos do antecessor são trabalhados nessa continuação. Todas as ideias são amadurecidas e sentimos, de fato, uma nítida evolução. O longa se mostra orgânico e maior, elevando o que já conhecíamos para outro patamar. Os efeitos especiais continuam decentes, junto de cenas de ação realmente criativas e momentos que eternizaram.
O próprio Doutor Octopus é um grande acerto. O vilão é extremamente carismático, possuindo motivações críveis e ótimos momentos de desenvolvimento. Inclusive, existe um fator “assustador” dado a ele em alguns momentos, isso se deve a como Sam Raimi quer que o vejamos. Dessa forma, o grande momento do personagem ao fim, se mostra como uma conclusão de arco sólida.
Alguns momentos com a Mary Jane podem não ser do agrado de todos, mas, fato é: temos uma boa construção até chegar a última cena do filme. Um dos maiores conflitos do Peter, desde Homem-Aranha, é resolvido nesse filme; sua paixão “impossível” por Mary Jane finalmente tem um fechamento, onde a escolha é feita por ela. Harry Osborn deixa sua raiva o consumir cada vez mais, deixando o desenrolar desse personagem convincente e dando ponta para outra sequência.
O legado do filme
O que deixa esse filme ainda tão marcante, se deve ao fato de ele definir perfeitamente o que é o Homem-Aranha. A história tem muita base dos quadrinhos, centralizando-se mais em Spider-Man No More!, onde Peter deve abdicar dos poderes para, enfim, ter uma vida estável.
O Homem-Aranha é um herói incrível, com habilidades invejáveis e um visual marcante. Ainda sim, seu maior super poder é seu altruísmo, seu amor e senso de justiça, que o fazem colocar tudo e todos acima de sua própria vida. Peter Parker nunca vai conseguir ter uma vida, porque primeiro, ele é herói em seu coração.
Somado ao fato de que ele simplesmente é um cara normal; uma pessoa, que passa por problemas e dos mais variados, como, por exemplo: internos, financeiros, amorosos e universitários. Então, vemos muito disso, no filme e de maneira balanceada. Existem ótimos momentos de drama, entregados perfeitamente pelo elenco, que parece muito mais seguro. O humor se mostra bem autodepreciativo, nos proporcionando leves momentos de descontração.
Portanto, Homem-Aranha 2 é um filme que nos relaciona e entende o tão querido personagem. É um filme que apresenta excelentes dilemas e grandes lições, com uma perfeita construção gradual em tudo que estabelece. Os fatores que englobam essa experiência tornam esse um dos melhores e mais consistentes filmes de super-herói de todos!
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