Quando a série The Witcher foi anunciada pela Netflix, criou-se, automaticamente, uma grande expectativa para os fãs da franquia existente nos games, quadrinhos e, originalmente, nos livros.
Além disso, a série se vendeu como “A grande produção de fantasia da Netflix“, que levou facilmente a comparações com Game of Thrones, considerada a maior produção de fantasia da televisão. Porém, mesmo com a difícil tarefa de adaptar uma saga tão famosa para a televisão, e com as expectativas em alta, a primeira temporada da série consegue apresentar uma boa produção, porém, com alguns grandes tropeços.
Visual bem feito, narrativa mal executada
Visualmente, The Witcher consegue entregar uma excelente produção. Os cenários são interessantes e a ambientação com cores e luzes tornam bastante imersiva a experiência do espectador.
Henry Cavill como o bruxo Geralt de Rívia, é bastante convincente no papel, assim como os demais protagonistas que vão aparecendo na série. No entanto, alguns efeitos visuais são péssimos.
Dos monstros que aparecem na primeira temporada, apenas alguns conseguem passar o tom “assustador” descrito nos livros, talvez por conta do uso do CGI mal-executado. Alguns monstros chegam a beirar a esquisitice.
A série também tem outro problema, que talvez seja o maior problema para o espectador: a narrativa. No decorrer da série, a história alterna em três linhas temporais diferentes, porém, em momento algum, o espectador é avisado da transição dessas linhas temporais. Por conta disso, a série se torna extremamente confusa para quem nunca teve contato com a obra anteriormente. Em determinados episódios, há flashbacks que levam à narrativa para outra época que torna ainda mais confusa a transição entre os episódios e o entendimento da trama.
Personagens e conceitos de magia
Esses problemas são o principal ponto negativo da série que, no entanto, trazem alguns bons momentos para a construção da história. Além de expandir o universo da série, os episódios apresentam conceitos interessantes para o entendimento desta. Como o funcionamento da magia, do caos e outras coisas do lore de The Witcher, como, por exemplo, a Lei da Surpresa; isso acontece, porque a série sabe usar seus personagens, tanto protagonistas como os secundários.
Há momentos bastante interessantes envolvendo apenas personagens secundários que melhoram o desenvolvimento do universo da série, ainda que dificulte o entendimento da narrativa principal.
Conclusões finais de The Witcher
Mesmo com uma narrativa confusa e anti-clímax, a série consegue desenvolver um mundo fantástico repleto de coisas curiosas e interessantes. Além disso, apresenta personagens divertidos e bem desenvolvidos.
Segundo o que vemos no final da primeira temporada, a próxima deve ter uma narrativa mais linear e contínua, sem ficar indo e voltando em três gerações diferentes, se aproximando dos contos dos livros do polonês Andrzej Sapkowski.
Então, The Witcher é uma história que vale a pena e tem potencial para se tornar ainda maior.
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