Após quatro anos depois do lançamento de seu último álbum, um ano e meio do seu filme que lhe garantiu um Oscar, e de um show em sua nova residência em Las Vegas, Enigma foi um prelúdio para que Lady Gaga introduzisse a sua volta pro pop com o seu álbum intitulado Chromatica, lançado no dia 29 de maio de 2020 trazendo grandes colaborações com artistas como Ariana Grande, Elton John e o grupo sul-coreano de K-Pop BLACKPINK.
E nada melhor do que fazer um track by track deste álbum que todos estavam aguardando, consolidando a volta de Lady Gaga, nossa rainha interplanetária.
Chromatica I
Uma das faixas mais importantes do álbum, essa faixa define o tom de todo o álbum. A faixa começa com um arranjo de cordas. Em sua entrevista com Zane Lowe, Gaga a descreveu como “o começo de sua jornada em direção à cura” e explica como retrata a condenação pendente de enfrentar as coisas que a assustam, além disso Gaga nos introduz ao seu planeta chromatica.
Alice
A faixa começa com o fim de Chromatica I, onde Lady Gaga nos apresenta à uma guia turística de sua nave que nos mostra seu mundo sem remorso dos anos 90. Esta é a “primeira música” completa do álbum, produzida por Bloodpop, Axwell e Klahr. A faixa começa imediatamente com um coro que tem traços de acapella, mas é muda de ritmo com uma batida que cai com força total.
O refrão já nos mostra que será icônico e memorável. Logo no início da música, Gaga pede para nós ouvintes salvá-la com a letra de partir o coração: “Could you pull me out of this alive?” (“Você poderia me tirar disso vivo?”). Nossa Mother Monster explicou que esta música foi a primeira que realmente começou a sua nova era e seu álbum, pois era ela que pensava: “I’m not sure I’ll make it, but I’m gonna try” (“Não tenho certeza se vou conseguir, mas vou tentar”). Ela ainda não encontrou seu ‘“País das Maravilhas”, mas não vai parar de procurar mesmo após aterrissar em seu planeta. Alice possui uma mensagem com um grande e poderoso significado, que se baseia na “volta por cima” da pela artista em sua vida pessoal.
Stupid Love
Após os conflitos internos com sua vida pessoal, vem a próxima faixa e o primeiro single da era: Stupid Love. O mesmo saiu no início deste ano, onde nós conhecemos cada tribo de seu planeta, vemos que Gaga é a líder da sua tribo. A produção foi feita por Bloodpop, Tchami e Max Martin que se inspiraram no pop dos anos 80. Tanto a música quanto o clipe mostra o como ela estava ansiosa para nos receber e esquecer seus problemas.
Rain On Me (ft. Ariana Grande)
Ariana Grande é a primeira colaboração do álbum e a dona da tribo das Winxs. Lady gaga e Ariana Grande fizeram com que seus fãs quebrarem a internet, quando lançaram essa colaboração. A música foi produzida por Bloodpop, Tchami e Burns, e usa referências dos anos 90 de maneira mais leve do que a faixa Alice, mas acrescenta um típico ritmo dance pop. Mas o que mais chama atenção são os vocais de Gaga fundido com as notas altas de Ariana, acrescentando a mágica que justifica Rain On Me ser um dueto. Para ambas, a música representa suas superações e perdas e nos ensinam um novo estilo de sofrência, além de Lady Gaga mostrar como se dança depois de levar uma facada na perna, como diz “I’m ready, rain on me” (“Estou pronta, chuva em mim”).
Free Woman
Esta faixa conta a história de Gaga não se definindo mais como vítima ou sobrevivente de agressão sexual.
“Eu sou uma pessoa livre que passou por uma merda fodida. Todas essas coisas, não preciso mais sentir dor por isso. Pode ser uma parte de mim e eu posso continuar.”
Gaga em entrevista com Zane Lowe.
Na letra, ela recupera a pista de dança pela qual lutou e declara que não precisa de um homem para sentir algo. Em uma estrutura semelhante a Rain On Me, o primeiro refrão é seguido por uma batida. A produção grita o sucesso do verão de 2014 em algum momento, mas não torna Free Woman menos um pop poderoso.
Fun Tonight
Essa é uma das faixas com maior destaque deste álbum. Gaga explicou como essa música significa muito para ela e que ainda fica ouvindo-a. Ela escreveu sobre uma época em que as pessoas ao seu redor tentavam animá-la, mas não tinha capacidade de ser feliz naquele momento.
Embora a letra seja uma das mais tristes até hoje, ela consegue transformar a vibe em algo esperançoso no refrão e no canto do pós-refrão como diz “I’m feeling the way that, I’m feeling, I’m feeling with you, I’m not having fun tonight” (“Estou me sentindo do jeito que me sinto, estou me sentindo com você, não estou me divertindo hoje à noite”), ela declara sobre a produção direta com seus amigos Bloodpop e Burns.
Chromatica II
Esta faixa, representa exatamente a nossa chegada na balada interplanetária que tem como som dramático e também uma das melhores entradas para a faixa seguinte.
911
Como falar desta faixa sem falar deste som moderno com eletro pop, produzido por Bloodpop e Madeon? Uma das mais contemporâneas e com a voz robô de Gaga, onde a mesma se declara sua maior inimiga e fala sobre o uso de medicamentos como diz no trecho “My biggest enemy is me” (“Meu maior inimigo sou eu, disque 911”). 911 é possivelmente a faixa mais intrigante e refrescante encontrada no Chromatica.
Plastic Doll
Produzido por Bloodpop e Skrillex, essa é uma das músicas que deixa de impressionar ao ser ouvida pela primeira vez no contexto do álbum, mas não é de forma alguma uma música ruim. O refrão é um ícone e apresenta alguns dos melhores vocais de Gaga, enquanto a produção eletro pop saltitante oscila sutilmente. As letras estão um pouco demais aqui e ali, mas a frase: “I’m no toy for a real boy” (“Eu não sou um brinquedo para um garoto de verdade”) compensa os momentos mais fracos.
Sour Candy (ft. Blackpink)
Se você dançou durante todas as músicas, essa é a faixa perfeita pra você tomar um ar e beber alguma coisa. Nesta faixa, Lady Gaga chama as meninas do BLACKPINK (atualmente o maior girlgroup do K-Pop) para se juntar à ela nesta balada interplanetária. Lembrando que esta não é a primeira colaboração do grupo, o grupo também já colaborou com Dua Lipa em Kiss and Make up.
A faixa começa com uma das integrantes do grupo cantando em inglês e depois seguem em coreano, unificando e harmonizando suas vozes antes que Gaga apareça e dê seu close na pista. A faixa foi produzida por Bloodpop e Burns, e a batida possui semelhanças com Swish Swish de Katy Perry, mas faz com que pareça mais fácil. Nota-se que a escolha de Gaga não foi por acaso, pois além de nos apresentar o BLACKPINK, ela nos mostra como é a fórmula de um verdadeiro feat. Pena que dura apenas 2 minutos e 38 segundos.
Enigma
Pegando o gancho dos shows de sua residência em Las Vegas, há uma receita antiga e imediata de uma música típica de Gaga de alguma forma. Pode ser por causa dessas melodias instantâneas e inegáveis, ou talvez pelo trabalho vocal maior que a vida ou pelo fato de ir um pouco na vibe de Bad Romance, Paparazzi, Poker Face e Marry The Night, mas com certeza é o tipo de música que pode realmente ganhar vida e se tornar a favorita dos fãs em um cenário ao vivo.
Replay
Após fazer uma bela trollagem em Enigma, Gaga brinca com nossos sentimentos em Replay trazendo uma vibe de discoteca com a vibração dos estereótipos que todo mundo gosta em uma noitada com uma batida alta e não convencional, sobre a qual Gaga declara que as cicatrizes em sua mente estão em repetição. Replay pode ser considerada um sucesso de rádio esperando que ela dê a oportunidade de brilhar, e certamente podemos eleger esta faixa como uma das músicas mais criativas do álbum.
Chromatica III
Se aproximando do fim, esta faixa representa a nossa saída pós balada com os amigos bêbados e loucos indo em direção à nave comandada por Lady Gaga, e prestes a ouvir seu novo dueto com Elton John.
Sine From Above (ft. Elton John)
Com a produção de Bloodpop, Axwell, Burns, Klahr, LIOHN e Rami Yacoub e a atuação dessa dupla, Gaga e Elton John, certamente nos leva às partes mais “obscuras e farofentas” de Chromatica.
Sine From Above é a prova de que podemos misturar músicas de diferentes estilo em uma única faixa. Gaga escreveu, arriscou e acertou em cheio — se Rain On Me não te curou para dançar, essa faixa irá lhe curar ao terminar de escutar este álbum.
Elegida como favorita dos fãs, é notável que é uma das músicas mais emocionantes e interessantes, já que a faixa apresenta uma batida de transição e uma brincadeira entre o refrão e linhas de melodia impressionantes, além do casamento entre as vozes dos artistas.
1000 Doves
‘000 Doves foi produzida por Bloodpop e Tchami, e apresenta uma montanha russa de sentimentos que nos deixa confuso. Há uma forte presença do música pop que a torna a música basicônica e nos faz relembrar da antiga Gaga.
Babylon
E para finalizar com chave de ouro, Gaga nos apresenta Babylon, uma versão anos 90 com direito a piano acompanhando as batidas mais fortes em uma vibe e melodia que lembram Vogue de Madonna. É a música perfeita que cativa e dá um final absolutamente eufórico e farofento para este álbum.
Nesta faixa, Lady Gaga fala sobre fofocas que ela admite que iriam atrapalhar sua vida e fazê-la se sentir pequena e acorrentada, e declara: “Sinto-me livre agora usando aquelas correntes”; além de nos dar uma nota poderosa e edificante para fechar o álbum.
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Percebemos que Gaga não nos decepciona seus fãs neste novo álbum. Em Chromatica, Lady Gaga nos mostra como ela superou seus traumas e nos leva à sua jornada pessoal e artística através de sua música e dança que inspira vários jovens e adultos.