Você sabia que o Carnaval não é uma festa exclusiva do nosso país? Por mais que sua popularidade seja alta no Brasil, sua origem remonta aos tempos antigos da Babilônia.
Diversas celebrações da antiguidade parecem ter dado origem ao que conhecemos como Carnaval nos dias de hoje: As saceias, da Babilônia, eram ocasiões onde um prisioneiro ocupava o lugar do rei temporariamente, usando suas roupas, alimentando-se das melhores comidas e até mesmo dormindo com suas esposas. As Saturnálias, festas do Antigo Império Romano, que tinham como objetivo principal a adoração de Saturno, deus da agricultura, também eram regadas de bebidas e danças.
Na Idade Média, elementos de diversas culturas já haviam influenciado no carnaval medieval, que era o “mundo de cabeça para baixo”, um período em que todos poderiam ser o que quisessem. Homens trajavam roupas femininas, pobres agiam como ricos… Esta era uma época muito aguardada pela população, uma vez que todos poderiam se divertirem com maior liberdade. Em Veneza, nobres utilizavam máscaras para não serem reconhecidos enquanto apreciavam os prazeres carnais.
Os opostos se atraem…
Por incrível que pareça, o carnaval é uma comemoração que possui ligação direta com o cristianismo. Marcado por zombarias públicas e desperdício de comida, a Igreja Católica tentou tomar o controle, mas seu esforço foi em vão. Logo, foi decidido que o Carnaval deveria acontecer antes da Quaresma, para que a população pudesse se despedir da carne, ou seja, cometer os pecados antes do período santo. Inclusive a palavra carnaval significa “retirar a carne”, vindo do latim. E a Quaresma é o período de 40 dias que Jesus foi tentado no deserto pelo inimigo. Entendeu, né?!
A chegada da festa ao Brasil
No Brasil, a celebração veio por meio dos portugueses, com o entrudo, que significa “entrada”, derivado do latim introitus, e também se relaciona com a chegada da Quaresma. Na realidade, o entrudo já existia bem antes do cristianismo se consolidar em Portugal, mas seu propósito era diferente: celebrar o inicio da primavera.
Diferente dos festejos italianos, o entrudo era marcado pelas brincadeiras de rua em que escravos sujavam-se de cal, restos de comida, ovos, farinha de trigo enquanto famílias brancas jogavam água suja nos pedestres.
Em meados do século XIX, no Rio de Janeiro, enquanto o entrudo sofria criminalização, a alta camada da sociedade promovia bailes de carnaval cheios de música em teatros e clubes. Com o tempo e incessáveis protestos, o entrudo pode retornar com mais leveza, usando bisnagas de vinagre ou groselha, além de outras substâncias para as brincadeiras.
No mesmo século, viriam a surgir as famosas marchinhas de carnaval e o costume de jogar confetes e serpentinas só chegaria mais para frente, importado dos carnavais de Paris e Nice. Aos poucos, conseguimos fazer com que o Carnaval se tornasse uma das festas mais aguardadas pelo brasileiro, sendo celebrada de diversas formas por todo o país.
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Fontes: Toda Matéria, Mundo Educação