Em 1899, chegava um grande hit nas ruas brasileiras, a canção Ô abre alas, de Chiquinha Gonzaga se consolidaria como a percursora das marchinhas de carnaval e abriria alas para outras.
Ô abre alas, que eu quero passar
As marchinhas de carnaval são um gênero de música popular que surgiram no Rio de Janeiro e tiveram o ápice do sucesso na década de 30. A receita para uma boa marchinha é a mistura da marcha portuguesa e ritmos americanos, além de uma linguagem simples junto a críticas sociais.
Muito mais que ironias exageradas, as marchinhas retratam problemas sociais do Brasil.
Em 1946, quando houve o retorno das eleições pós-Vargas no país foi lançada Cordão dos puxas sacos, de Frazão e Roberto Martins. A canção critica o hábito de bajular políticos:
Lá vem o cordão dos puxa-sacos, dando vivas aos seus maiorais Quem está na frente é passado pra trás E o cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais Vossa Excelência, Vossa Eminência Quanta reverência nos cordões eleitorais Mas se o doutor cai do galho e vai ao chão A turma toda ‘evolui’ de opinião E o cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais.
As condições de trabalho precárias também foram denunciadas no ano 1948, por meio de Falta um zero no meu ordenado, de Ary Barroso e Benedito Lacerda:
Trabalho como louco
Mas ganho muito pouco
Por isso eu vivo sempre atrapalhado
Fazendo faxina
Comendo no ‘China’.
E as marchinhas de carnaval morreram? Não, novas canções são lançadas ano após ano, e as antigas ainda fazem muito sucesso.
Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar
Além de serem de grande importância para a nossa cultura, as marchinhas de carnaval marcaram a infância de muitos e continuam a encantar toda uma nova geração.
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Fontes: MultiRio, Educa Mais Brasil