Quando anunciada sua primeira temporada em 2014, Bojack Horseman, uma série original Netflix, foi apresentada como uma animação de comédia estilo South Park. Trazendo um humor ácido e piadas com os principais temas da atualidade. Contudo, com uma premissa simples e animais antropomórficos, a série começou a se mostrar disposta a discutir de maneira única temas importantes do século XXI, tornando-se uma das melhores séries do catálogo do streaming.
Nela, acompanhamos um meio cavalo-homem com o nome de Bojack Horseman. Um ator que está em seu declínio após ter feito uma Sitcom de sucesso na década de 80. Decidido então a tornar-se uma pessoa memorável, ele dá início a uma autobiografia com suas memórias e ensinamentos sobre a vida.
Então o que podemos aprender com Bojack Horseman?
A vida no Show Business não é fácil

A cada temporada, aborda-se um tema central diferente da vida em Hollywood. A série tenta mostrar as vezes de forma sutil ou não, que nem tudo é tão fácil quanto parece. Acompanhamos o personagem principal em decadência onde ele tenta o máximo possível não cair no esquecimento e se reerguer novamente. Em outro momento vemos a Princesa Carolyn, uma gata de pelos rosas que procura chegar ao topo no mundo dos negócios na cidade do cinema e ao mesmo tempo quer criar uma família. Em certos momentos ela não consegue colocar os dois em ordem, ora por ser um árduo trabalho, ora porque seus relacionamentos complicados não permitem ela seguir em frente.

Ao decorrer das temporadas, a série critica como a indústria do cinema se tornou uma fábrica de conteúdo, onde quase tudo já foi feito e refeito. Como é mostrado no Sr. Peautbutter, um labrador que é protagonista de uma cópia do show do Bojack na mesma época em que seu seriado passava. E com o decorrer das temporadas vemos várias críticas sobre acontecimentos no mundo do estrelato que parecem absurdas, mas de fato aconteceram.
A discussão de temas polêmicos

Ao longo dos episódios, a série aborda os principais assuntos polêmicos da atualidade. Diferente de outras animações, Bojack Horseman traz discussões com um humor responsável como: aborto, machismo, legalização de armas, entre outros. A ideia de que “estou vendo algo ofensivo” sobre esses assuntos não acontece aqui, assim como em outros episódios onde se vê algo mais dramático em cima desses temas. Apesar da maioria dos personagens serem animais meio humanos, a discussão polêmica é abordada de forma delicada e sutil, mostrando que os criadores e roteiristas da série entendem a responsabilidade que carregam.
A parte psicológica e emocional

A série aponta vários assuntos de cunho psicológico. O personagem principal por exemplo, é um interessante estudo de personagem. Com o tempo, vemos como Bojack lida de forma humorada, seu jeito egoísta e narcisista de ser. Por outro lado, olhamos a parte dramática do protagonista. Sua busca incessante pela felicidade e a luta contra a depressão traz a sensação de empatia com ele.
Cada personagem aborda seus problemas da maneira mais humana possível. Trazendo sentimentos únicos para cada um, a sensação de serem “humanos demais” não muda por ser uma animação ou por tratar-se de animais antropomórficos. O que faz ser algo bom de assistir é a identificação dos personagens que você pode sentir ao decorrer das temporadas.
Bojack Horseman traz grandes ensinamentos e pensamentos sobre a vida. Com uma fórmula que mistura humor e dramatização, a série promete trazer momentos de riso e reflexão, mostrando que não se trata apenas de mais uma animação e que a cada final de episódio, você pode aprender, e muito.