Durante a Primeira Guerra Mundial dois cabos do exército britânico, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), são encarregados para uma missão quase suicida: atravessar o território inimigo afim de entregar uma carta a um general para cessar fogo, salvando a vida de 1300 soldados, incluindo o irmão de Blake. Essa é a sinopse do filme 1917, que num primeiro momento parece ser mais um filme de guerra, repetitivo e antiquado tanto no visual quanto na narrativa, mas é aí que a gente se engana.
Dirigido e roteirizado por Sam Mendes, 1917 é uma aula de cinema! O longa parece ter sido gravado inteiro sequencialmente, sendo quase imperceptível os poucos cortes existentes. Em uma câmera única, o espectador parece ser uma terceira pessoa fazendo parte da missão junto aos soldados.
O longa não deu tanto boom, pois foi aquele famoso filme que está concorrendo em várias premiações, mas demorou muito para estrear nos cinemas. Mas isso pode não ser algo ruim, já vencendo grandes prêmios, como o Globo de Ouro no início de janeiro e concorrendo a vários outros no Oscar, que acontecerá no dia 9 de fevereiro, o filme estreou recentemente nas telonas e o público foi curioso ver a obra-prima que Mendes desenvolveu, inclusive com pontos altíssimos da crítica especializada.
Com um roteiro que não é extenso, com poucas falas, 1917 é um filme visual, em perfeita sintonia entre a atuação, principalmente de MacKay, com os efeitos de guerra, bombas explodindo, soldados correndo, tiros por todos os lados e até um avião atingido caindo em direção aos soldados.
É um filme perfeito, sem defeitos, da mesma forma que o filme tem uma sequência magnífica, quem assiste também o vê em um único fôlego, não dá para parar de ver, prende o espectador do início ao fim.
Claro que esse plano-sequência que Mendes faz brilhantemente não é nenhuma novidade nos cinemas, filmes como ‘Victoria‘ (2015) de Sebastian Schipper, ‘Birdman’ (2014) e O Regresso (2015), ambos de Alejandro Iñárritu, utilizam essa ótima técnica durante parte da produção, mas nenhum usou de forma tão única e espetacular quando Mendes, ainda mais para um longa de guerra que é extremamente difícil de gravar, cinematograficamente falando, pois são filmes muito ativos e com vários detalhes.
Além desse plano-sequência, o roteiro também se destaca por ser intimista e bem feito, junto com uma mixagem de som e efeitos especiais impecáveis. Com tudo isso, 1917 se consagra como um dos melhores filmes do ano e um dos melhores filmes de guerra já produzidos.