Central do Brasil é um dos filmes mais conhecidos entre os brasileiros e não é por acaso. No longa, temos uma produção simples, que mostra as dificuldades do povo brasileiro e expõe dilemas sociais reais e importantes.
Dirigido por Walter Salles, e protagonizado por Fernanda Montenegro e pelo — até então — Vinícius de Oliveira, Central do Brasil, foi reconhecido com diversos prêmios internacionais e rendeu a Fernanda Montenegro uma indicação ao Óscar de Melhor Atriz, em 1999, pelo seu papel no longa.
Na trama, Dora (Fernanda Montenegro) é uma professora que trabalha escrevendo cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Apesar da escrivã se recusar a enviar as cartas que considera fúteis ou fantasiosas demais, ela decide ajudar um garoto chamado Josué (Vinícius de Oliveira) a encontrar o seu pai, após a trágica morte de sua mãe. Ambos partem rumo ao Nordeste do Brasil, numa viagem cheia de altos e baixos, para que o pequeno garoto possa enfim conhecer o seu pai.
Em Central do Brasil, temos uma sociedade dominada pela simplicidade, analfabetismo, e o sonho de mudar de vida de parte da população que migrou de Nordeste do país para apostar em uma nova e tentar realizar seus sonhos numa grande cidade como o Rio de Janeiro.
Analisar Fernanda Montenegro em seu papel de Dora, é algo complicado, mas ao mesmo tempo simples. Considerada a dama do teatro e da dramaturgia brasileira, por conseguir atingir uma versatilidade pouco vista em outros atores, que a faz mergulhar por completo em seus personagens, tratando com cuidado e respeito seus papéis e dando à eles detalhes únicos que os fazem diferenciar um dos outros e mesmo assim, fazer com que todos sejam associados de imediato ao talento da atriz. Seu papel em Central do Brasil não foge disso. A atriz entrega uma atuação cheia de pequenos detalhes que ajudam a construir todas as pequenas e grandes características da protagonista e dar à ela uma personalidade única. Não é de se estranhar porque Fernanda é uma das mais renomadas atrizes do país.
A química entre o pequeno Josué e Dora, cativa-nos do início ao fim do longa. Vemos o desenvolvimento da história de ambos os personagens sendo mostrada de forma bastante emotiva ao longo de toda a narrativa, causando momentos de tensão, alegria, tristeza e diversos outros sentimentos.
A fotografia, trilha sonora e a escolha das locações de diversos localidades entre o Rio de Janeiro e o Nordeste do país, cria uma ambientação que deixa claro os pontos e contrapontos que o filme deseja mostrar para o espectador. Todos esses pequenos detalhes, criam uma trama simples, num filme que se assemelha à uma espécie de road trip, e que em momento algum tenta fugir e tentar apresentar algo completamente fora de contexto. A simplicidade do filme, transcende os personagens e as locações, fazendo com que esse seja o principal trunfo da produção.
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Se ainda não teve a oportunidade de conhecer Central do Brasil, aproveite para conhecer. Sem dúvidas é um dos melhores filmes nacionais já produzidos.