Em 2017 começaram os rumores de que Dora, a Aventureira iria ganhar uma adaptação live-action, o público ficou dividido em relação à ideia de aptar o desenho infantil numa versão mais “adulta” para atingir um público mais amplo. E não era sem motivo, quem conhece o desenho animado sabe o quão infantil ele é, e que seria um grande desafio adaptá-lo para um público mais velho, mas ainda agradando os mais novos.
O resultado dessa adaptação é Dora e a Cidade Perdida, protagonizado por Isabela Merced e dirigido por James Bobin, responsável pela direção de Alice Através do Espelho (2016) e Os Muppets (2011).
A trama é ambientada na floresta peruana, narrando as aventuras de Dora (Isabella Merced) junto de seu macaco Botas. Quando os pais de Dora partem numa aventura à procura de uma cidade perdida Inca chamada Paratapa, por conta disso, mandam Dora para a cidade, para ficar com sua avó e seu primo. Porém tudo muda completamente quando eles e alguns amigos, acabam indo parar na floresta por conta de mercenários.
O longa é um clichê de filmes de exploração, com seus quebra-cabeças, momentos de tensão e humor, mas que funcionam estranhamente bem. Desde o início do filme, temos a música tema de abertura da animação de Dora, a Aventureira remixada enquanto vemos Dora, seu primo e Botas brincando na selva, numa cena que mistura live-action com animação. Logo em seguida vemos um momento em que Dora quebra a quarta parede e pede para que quem está assistindo repita algo (algo já mostrado nos trailers) e parecido ao bordão do desenho. Essas pausas no filme, acabam por se tornar bastante cômicas.
Dora e a Cidade Perdida está repleto de referências à própria série animada, além de ser visível a inspiração vinda de filmes como a franquia Indiana Jones, Viagem 2: A Ilha Misteriosa (2012) e Jumanji (1995).
A fotografia do longa é bem cuidada, a trama é simples — talvez até genérica — e o elenco é divertido. O maior problema do filme talvez seja a computação gráfica que incomoda um pouco em alguns momentos, principalmente quando animais estão envolvidos em cena. O aspecto do macaco Botas, por exemplo, dá impressão de que poderiam ter tido mais cuidado no detalhamento do personagem em determinadas cenas. E isso fica ainda mais visível quando o comparamos com Raposo que parece ter recebido mais atenção da produção nesse sentido.
O longa é uma estranha combinação de um desenho infantil com filmes de exploração cultuados pelo público geral. O resultado disso, acaba sendo um filme mediano, que garante momentos engraçados, mas que não se destaca entre os outros filmes do gênero. Dora e a Cidade Perdida porém, pode ser uma excelente escolha para levar os mais pequenos ao cinema e se divertir junto. Não é um longa extraordinário, mas lhe garantirá algumas risadas e experiência legal com os mais pequenos.
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Dora a Cidade Perdida estreia nos cinemas brasileiros em 14 de Novembro.