Após Vingadores: Ultimato ter assolado as bilheterias, e talvez os nossos corações, Homem Aranha Longe de Casa chega aos cinemas para botar o ponto final à grandiosa saga do infinito do MCU e a fase 3 da Marvel Studios, trazendo um longa de atmosfera cartunesca, divertida, com um ar de férias de verão para aliviar o tom dramático deixado pelo longa anterior.
Na trama, o mundo lida com os cinco anos subsequentes do estalo de dedos de Thanos, que trouxe a morte da metade da vida do universo, onde o “moleque teioso”, Peter Parker (Tom Holland), junto a sua turma do colégio Midtown High saem de férias na Europa, para aliviar o estresse pós-traumático do fim do mundo e de um cansativo ano letivo. Porém uma série de catástrofes, causadas por seres de uma outra dimensão, fazem com que as férias do “amigão da vizinhança” sejam comprometidas, quando Nick Fury (Samuel L. Jackson) o convoca para representar os Vingadores na luta contra os monstros, com a ajuda de Mysterio (Jake Gyllenhaal).
Assim como no primeiro filme do Aranha no MCU, o novo longa conta com a direção de Jon Watts, que consegue trazer, de uma maneira maravilhosa, mais elementos clássicos do personagem para a trama. Ele aproveita pontos de filmes anteriores do universo fazendo com que o Homem Aranha se integre cada vez mais no abundante e gracioso universo cinematográfico que vem sendo construído ao longo de 11 anos.
Um ponto bastante relevante foi a ideia, dos roteiristas, de usarem a pouca idade dos personagens para abordar um dos temas mais discutidos do herói: a responsabilidade. Na trama, as dificuldades sociais de Peter Parker ficam mais evidentes, quando o personagem precisa escolher entre ser um adolescente comum ou o herói mascarado, enquanto quer apenas aproveitar as férias e, de alguma forma, sair com Michelle Jones (Zendaya), a garota com quem ele fantasia um possível relacionamento. Dessa forma, o longa constrói o ponto forte de muitos personagens da Marvel: A dualidade, neste caso, entre Peter Parker e Homem Aranha.
Mesmo com um ritmo devagar no inicio do filme a diversão se dá por conta dos alívios cômicos, com piadas bem colocadas do icônico personagem Happy (Jon Favreau) e um romance adolescente de verão entre Ned Leeds (Jacob Batalon) e Betty Brands (Angourie Rice). A direção acerta em cheio com a proposta, levada à sério, de um filme cartunesco, com pontos de comédia romântica adolescente em um filme de super herói, por conta da química e carisma do elenco do filme. O ritmo do filme muda com as sequencias de ação, nas lutas de Aranha e Mysterio contra os monstros elementais, dando o fôlego necessário para o filme se manter.
Graças a excelente fotografia de Matthew J. Lloyd a estética do filme da um salto em comparação ao filme anterior, com sequências visuais incríveis. Watts consegue entregar uma das cenas mais fantásticas do Homem Aranha trazendo toda atmosfera, diretamente dos quadrinhos do ‘teioso’, quando a realidade e ilusão se misturam fazendo do ambiente um lugar claustrofóbico, bizarro e insano. Sendo essa umas das batalhas mais legais e criativas de todo o universo cinematográfico da Marvel.
Watts acertou também ao adaptar Mysterio, ao cinema, da forma com que fez, usando pontos deixados em outros filmes. A motivação do vilão faz sentido, e não se perde com o decorrer de seu plano maligno, fazendo grandes referências aos quadrinhos clássicos e animações populares do Homem Aranha, dando uma bandeja de fan service para os fãs sem deixar de usar elementos já construídos no universo.
Veja o elenco do longa, e algumas imagens:
Embora tenha desperdiçado a chance de usar o multiverso, praticamente descartando a clássica saga Invasão Secreta, o filme traz o que há de melhor nesse vasto universo, sem deixar para traz o que há de melhor nas histórias do Homem Aranha finalizando com duas cenas pós créditos e deixando os fãs com pulgas atrás da orelha, pois o que vem por aí tende a ser grandioso…