Roteirizado e dirigido por Adam McKay, Não Olhe para Cima finalmente chegou ao catálogo da Netflix. O longa chamou muita a atenção do público desde os anúncios iniciais, visto que McKay já ganhou um Óscar e o elenco está repleto de nomes conhecidos.
Um filme que conta com: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Jonah Hill e Timothée Chalamet promete ser ambicioso. Mas será que o resultado é satisfatório?
No filme, os astrônomos Randall (Leonardo DiCaprio) e Kate (Jennifer Lawrence) descobrem que, em poucos meses, um meteorito destruirá a Terra. Então, eles devem alertar a humanidade por meio da imprensa sobre o grande perigo que se aproxima.
Baseado em (possíveis) fatos
É impossível dizer que esse não é um filme com personalidade. Essa não é uma história verídica, porém, o entorno dela se mostra possível. A ideia de criar essa narrativa do zero, para então apontar críticas reais, é brilhantemente bem executada.
A montagem traz vida ao filme. É com esse artifício, que temos vários acontecimentos ocorrendo em uma mesma linha, além da ótima representação da escala desse acontecimento e os efeitos gerados.
Temos que ter em mente: o filme é uma grande sátira. Ele está lidando, desde a primeira cena, com uma catástrofe, então, porque não se aproveitar disso? Fazendo sátira política, sobre a mídia, a futilidade e o negaciosismo? Genial!
Alguns personagens e situações podem soar caricatos, mas, talvez, essa tenha sido a exata ideia de Adam McKay quando idealizou o projeto. O elenco está bacana e muitos deles, até pontuais; no entanto, quem se destaca, como sempre, é Leonardo DiCaprio. Ele tem muitos momentos em que brilha, esse papel parece ter sido pensado para ele.
Existe um perfeito balanço entre o real perigo da ameaça e do humor posto na história. Você certamente irá se divertir e ficará investido nos movimentos da narrativa. Ainda sim, a atmosfera é bem pessimista e serve como conscientização.
Não Olhe Para Cima e sua urgência
O senso de urgência se mostra desde os primeiros minutos do filme. Em alguns momentos, temos vislumbres dessa aproximação e nos perguntamos qual será o desfecho de tudo. E esse é um ponto interessante do filme: ele não é previsível.
As intenções começam a se formar e, logo em seguida, são subvertidas. Tudo parece estar sendo trilhado para o caminho certo, porém, isso não poderia perdurar até para sempre, senão a reflexão gerada não teria um efeito tão grande como teve.
Dessa forma, temos um desfecho extremamente melancólico. É desesperador se imaginar em uma situação como essa; ainda sim, a conclusão na mesa de jantar consegue ser bastante significativa, com um deprimente momento de aceitação e gratidão.
Algumas relações que o filme mostra não são vazias, mas, podiam ter um melhor aprofundamento e, claro, alguns efeitos especiais não são tão convincentes. Mas o projeto, na totalidade, tem bastante substância e algo realmente importante a nos dizer. Aliás, não percam as duas cenas pós-créditos, elas são incríveis!
Portanto, Não Olhe Para Cima é uma grande piada trágica que, em meio a uma boa premissa e uma excelente execução da mesma, nos faz refletir sobre o nosso próprio mundo e as pessoas. O fato de esse filme ser quase verídico, é o que torna-o verídico!