Após marcar a história do cinema com os efeitos visuais de As Aventuras de Pi (2012), Ang Lee, diretor de outras produções como O Tigre e o Dragão (2000) e O Segredo de Bokeback Mountain (2005), traz ao público um longa cheio de ação protagonizado por Will Smith, e deixa claro o objetivo de alcançar o mesmo reconhecimento que obteve em As Aventuras de Pi.
Na trama, Henry Brogan (Will Smith) é um assassino de elite que tem como fama o fato de nunca errar um único tiro. Após anos desempenhando a função e inúmeras alvos abatidos, Henry resolve se aposentar e descobre que a agência para a qual trabalhava mandou um novo assassino para o eliminar. Ele logo descobre que o homem que está tentando matá-lo é um clone jovem de si mesmo, com as suas habilidades aprimoradas.
Projeto Gemini, é de fato um filme revolucionário em questões tecnológicas. A equipe de produção, optou pela difícil tarefa de criar digitalmente uma versão mais jovem do Will Smith para contracenar com o próprio ator em cena. A tarefa se torna ainda mais complexa, pelo fato do ator ser uma personalidade que vemos nas telas há muitos anos, tornando seus trejeitos,
A principal proposta de Projeto Gemini é mostrar o avanço tecnológico e a nossa capacidade de recriar pessoas digitalmente. Para o longa, a produção criou uma versão completamente digital do Will Smith mais jovem para atuar com ele próprio em cena. Além de um estudo profundo da personalidade, expressões faciais e corporais do ator, a equipe ainda teve manipular a voz do ator para parecer mais “juvenil”, além de lidar com um pequeno grande problema: quem não está familiarizado com a versão mais jovem do ator por conta dos inúmeros trabalhos? Como criar uma réplica digital do ator, capaz de ser convincente o bastante para o espectador que está há anos acompanhando o trabalho e a vida do ator, não ache a sua versão mais jovem estranha em nenhum momento do filme? Acredite, não é uma tarefa fácil criar algo nessa proporção, e que seja capaz de se afastar do famoso “uncanny valley”.
Ang Lee nos apresenta uma proposta tentadora que no fim das contas acaba por ser apenas “satisfatória”. O longa realmente consegue atingir níveis impressionantes no quesito efeitos visuais, sendo capaz de recriar, e pôr ambas as versões de Will Smith cara à cara sem causar estranheza. Porém, em algumas cenas mais intensas ou de planos mais abertos, ainda continuamos com uma ligeira sensação de ver apenas um dublê ou um boneco 3D mal renderizado.
Com uma trilha e fotografia simples, Projeto Gemini parece ser um filme feito apenas para servir como uma espécie de amostra da tecnologia que temos disponível atualmente, visando apenas dar ênfase nisto — algo que é nítido através da narrativa simples e genérica que compõe o longa.
No geral, Projeto Gemini é um longa de ação que deverá ser lembrado no futuro apenas como um dos precursores das técnicas de criação de dublês digitais, tendo em conta os resultados alcançados, e ficará por aí. A ambição do diretor em apresentar ao mundo um novo As Aventuras de Pi fica presa apenas à vontade de querer apresentar novas técnicas sem investir num roteiro cativante.