Na era dos filmes de heróis e desenhos animados se tornando realidade, Sylvester Stallone está de volta a ação como John Rambo, em um longa mais “vida real”, que ignora elementos de fantasia e nos traz a sensação de pés no chão, com bastante violência, como de costume na sua carreira.
O enredo é simples, e até um pouco clichê, em filmes do gênero. Rambo, agora vive como fazendeiro em seu rancho no Arizona, junto com Maria (Adriana Barraza) e sua neta Gabrielle (Yvette Montreal). Quando por motivos familiares, Gabrielle resolve ir ao México, contra a vontade de Maria e Rambo, e acaba sendo sequestrada por traficantes ligados a um cartel de prostituição de menores. A partir dai já se sabe o que acontece, o ex-soldado sexagenário vai atrás de sua “filha por consideração”, o que dá ao filme um tom dramático — às vezes um pouco exagerado — característico de Stallone.
O filme tem pouco menos de 2 horas de duração, o que prejudica um pouco no roteiro, pois acaba dando a sensação de uma narrativa acelerada, com fatos obviamente segmentados, com objetivo de entregar um confronto final entre protagonista e antagonista, com cenas de ação — que fizeram a franquia eternizar no Hall da Fama — que mesmo sendo bem elaboradas, ainda mantém o longa simples em proporção ao seu épico significado.
A pressa em acelerar a narrativa, se torna o ponto fraco do filme, não que o enredo seja ruim, mas é o mesmo clichê de filmes anteriores do personagem, não trazendo quase nada de novo a franquia. E que ao mesmo tempo, para os fãs do personagem, é o que salva nesta nova história. Você não assiste filmes do Rambo esperando uma história comovente, e sim tiros, flechas, facadas, explosões, e cenas de violência, que aqui estão muito bem colocadas, e algumas delas te fazem se segurar na cadeira.
Com a pressa no roteiro, os antagonistas — os irmãos Victor e Hugo Martinez (Óscar Jaenada e Sergio Peris-Mencheta) – perdem o seu peso na trama, uma vez que seus propósitos são jogados pra escanteio com uma participação quase nula dos dois no filme. Até quando os vilões fazem frente, com seu pequeno exército, contra Rambo, nada muda o fato de que este filme é mais um com propósito de aumentar o ego do protagonista.
Não podemos esquecer de deixar os elogios a Sylvester Stallone, que aos 73 anos de idade, continua sendo o “burucutu” que foi em seus tempos joviais, deixando muitos atores, novos do gênero ação, no chinelo.
Com pesadas cenas de violência e muito sangue na tela, Rambo: até o Fim é mais um filme da franquia com ação de primeira linha e nada mais, porém, não há nada de errado nisso, tendo em vista o histórico do personagem. Para quem gosta apenas de ver o “pau quebrar” está aí mais um bom filme de ação para os fãs do gênero.