O homem mais rápido do mundo está chegando às telonas. The Flash, que conta com um marketing extraordinário, incluindo 2 trailers excepcionais e lindos pôsteres de divulgação, está a cada dia mais próximo de ser lançado.
O velocista escarlate, interpretado pela quarta vez por Ezra Miller, ganhou seu filme solo sob direção do inventivo Andy Muschietti, que, dado os materiais promocionais até agora, está prometendo um épico para os filmes de super-heróis. O personagem agora com um novo traje e raios amarelados, e parece estar prestes a nos levar a uma viagem intensa pelo multiverso.
Com participações inusitadas e temas que sempre permearam a história do personagem nos quadrinhos da DC, a produção está prometendo ser um dos filmes mais ambiciosos de 2023, se não, o mais ambicioso. Por exemplo, esse é o primeiro filme a utilizar uma nova tecnologia — relacionada à captura de múltiplas versões de um mesmo ator em tela, ao invés do uso de câmeras bloqueadas, esse é um dos fatores que fez o filme demorar para ser lançado.
E este é um projeto que certamente merece ser discutindo dentro e fora das telas. Por isso, hoje vamos listar tudo o que você precisa saber antes de assistir a The Flash.
Conflitos de bastidores
Agora não parece, mas o filme do Flash sofreu inúmeros adiamentos. É claro, existia o fato de Ezra Miller ter uma agenda mais limitada devido ao seu envolvimento com a franquia Animais Fantásticos. No entanto, isso também se deve aos inúmeros problemas de produção e a uma sensação de indecisão criativa por trás dos idealizadores. Houve a contratação de Miller para interpretar Flash em 2014, sendo que estrelaria um filme solo do personagem em 2018.
Seth Grahame-Smith foi originalmente escolhido para escrever e dirigir o filme, mas acabou sendo substituído por Rick Famuyiwa, que avançou tanto no processo a ponto de conseguir escalar Kiersey Clemons como o par romântico do protagonista, Iris West. Contudo, ele também saiu do projeto poucos meses antes do início das filmagens. Nessas mudanças de roteirista e diretor, parece que houve uma incapacidade nos bastidores de descobrir qual tom adotar para a história.
Jonathan Goldstein e John Francis Daley, acabaram assumindo o projeto, mas Miller discutiu com ambos os diretores, tendo se juntado a Grant Morrison, para escrever o próprio roteiro. Isso levou os cineastas a saírem, e Andy Muschetti, diretor de It: A Coisa e It: Capítulo 2, acabou assumindo. Nesse tempo, houve a contratação de Christina Hodson para refazer o roteiro, ela, que assinou o roteiro de Bumblebee, Aves de Rapina e o, infelizmente, cancelado filme da Batgirl. Nesse período, o projeto finalmente pareceu ter ido adiante.
Porém, quando se fala desse filme é inevitável discutir a situação de Ezra Miller. O ator vem exibindo um comportamento questionável desde 2020, quando um vídeo vazado na internet mostrava-o agredindo uma fã. Além disso, ocorram duas prisões dele no Havaí e uma acusação de roubo em Vermont, ou seja, a cada nova notícia era uma surpresa negativa diferente. Suas ações fizeram com que alguns questionassem se a Warner Bros. iria lançar o filme, especialmente após o cancelamento de Batgirl.
Em 2022, Miller revelou estar passando por uma intensa crise, sofrendo de complexos problemas de saúde mental. Ele anunciou que estava em tratamento, em um processo de reabilitação. Houve também, no mesmo ano, uma reunião entre ele os executivos da Warner, onde todos se desculparam por atrair atenção negativa para o filme.
Qual será a história?
Para quem assistiu a Liga da Justiça de Zack Snyder, ou ao menos a primeira temporada da série Flash, sabe que o Velocista Escarlate pode viajar no tempo se correr rápido o suficiente, entrando assim, na Força de Aceleração. Mas, assim como os melhores filmes de viagem no tempo mostram, alterações no passado tendem a ter consequências desastrosas no futuro.
Tendo como base os eventos da HQ da DC, Flashpoint (ou, Ponto de Ignição), Barry Allen está pronto para viajar no tempo e tentar impedir o trágico destino de sua mãe. Contudo, ele acaba se encontrando em uma nova linha do tempo sem meta-humanos. Nessa realidade, o General Zod (Michael Shannon) está de volta, ameaçando uma aniquilação, justamente agora que não há super-heróis capazes de impedi-lo.
Nesse momento, Barry se depara com uma versão alternativa de si mesmo e pede ajuda para consertar as coisas. Então, os dois Barrys descobrem que há um único herói capaz de ajudá-los. Quando essas forças se únem, acabam descobrindo que terão uma chance de vencer se resgatarem um kryptoniano da prisão, embora não seja quem eles e nós estejamos pensando.
Em Flashpoint, o grande rival da história é o Flash Reverso. E mesmo que os trailers e materiais de divulgação estejam mais ambíguos em relação a isso, ainda não se sabe ao certo quem será o principal vilão desta adaptação. Seria o Flash Reverso uma surpresa guardada para o filme? Com um ator que ninguém espera? Quem sabe. Afinal, foi esse personagem que matou a mãe de Barry Allen e fez seu pai ir para a prisão. Ainda assim, estamos falando de um ponto que pode, sim, ser alterado e, no fim, o Flash Reverso pode, de fato, não estar no filme.
Participações mais que especiais
Antes de Barry voltar no tempo, ele irá pedir conselhos ao, até então, Batman do DCEU, interpretado por Ben Affleck. Porém, ao fazer a drástica alteração na linha do tempo, o Flash se encontra em uma realidade da qual o Batman ainda existe, mas não com o mesmo rosto. O Batman do filme de 1989, interpretado pelo icônico Michael Keaton, que imortalizou a frase ”Eu sou o Batman”, está de volta. Vindo diretamente do universo estabelecido por Tim Burton, novamente, ainda não está claro como isso ocorre na história.
Há inúmeras teorias a respeito. Ao voltar no tempo e mudar a cronologia das coisas, o Flash teria sido responsável por ”criar” o universo de Burton? Ou será que, esse universo sempre existiu e o Flash viajou pelo multiverso? Embora Affleck e Keaton tenham arcos isolados para seus respectivos Batmans, e não se encontrem durante o filme, vai ser realmente interessante ter o resgate dessa versão. O traje clássico está de volta, bem como a memorável trilha sonora de Danny Elfman, e o carisma de Michael Keaton, que, aparentemente, permanece intacto.
A outra participação tão esperada pelos fãs é a Supergirl de Sasha Calle. Ao que tudo dá a entender, no novo mundo criado por Barry, não foi Kal-El (Henry Cavill) que chegou à Terra, mas sim, Kara Zor-El. Assim, ela deve ocupar não só papel que o mesmo teve em Flashpoint, como também o que ele exerceu em O Homem de Aço, em 2013.
Essas são as participações confirmadas, porém, ainda não sabemos se teremos mais. Durante a CinemaCon 2023, o diretor Andy Muschietti confirmou que sua versão final do filme possuía quatro horas de duração. No corte final, ele teve de retirar algumas das participações especiais, que incluíam: a Mulher-Maravilha de Lynda Carter, o Jor-El de Marlon Brando, o Pinguim de Burgess Meredith e o Coringa de Cesar Romero. E isto é, no mínimo, curioso. Possivelmente, tais personagens teriam somente cenas de arquivo incluídas no filme, e isso foi vetado.
E o Grant Gustin, que carrega a imagem do Flash desde 2014? Pois bem, o envolvimento do mesmo no filme é inexistente, afinal, ele confirmou que nem procurado para isso foi. Lembrando que esse encontro já aconteceu brevemente no crossover da série exibida pelo canal CW, Crise nas Infinitas Terras. Ao fim de tudo isso, pode ser que seja apenas uma mentira bem contada — relembre de Andrew Garfield, em 2021, se esquivando de Sem Volta Para Casa.
O impacto do filme no DCEU
O universo da DC nos cinemas vem sofrendo com inconsistências narrativas desde 2013. Nos últimos anos, realmente recebemos projetos diferentes com propostas isoladas e uma certa personalidade, como, por exemplo: Coringa, Batman, Aves de Rapina e O Esquadrão Suicida. Mas, fato é: todos esses filmes não parecem fazer parte de uma mesma linha cronológica por conta de suas abordagens que funcionam, porém, isoladamente. Alguns nem são do mesmo universo.
Desde que James Gunn assumiu a presidência da DC Studios, seus planos para um novo universo compartilhado já deram o que falar. Afinal, a visão de Snyder, obviamente com as pressões do estúdio, não renderam o resultado esperado do público e crítica, e com o tempo suas ideias foram sendo deixadas de lado. E mesmo que os atores protagonistas desses filmes tenham ficado marcados por encaixarem tão bem nos papéis, Gunn já confirmou um reboot. Não se sabe ainda se ele irá começar seu novo universo compartilhado do zero ou se irá manter aquilo que deu certo do universo anterior — provavelmente a segunda opção.
Portanto, em qualquer uma das alternativas, o filme do Flash é perfeito para isso. Acredita-se que quando o personagem for ”consertar” a linha do tempo ao fim do filme, ela sofra as consequências previamente citadas. Talvez, velhos rostos permaneçam e novos surjam, dando liberdade para Gunn explorar novas histórias com a visão otimista, esperançosa, dramática e cheia de coração que sabemos que ele tem. Assim, esse filme praticamente encerra o antigo DCEU e marca o início de uma nova era do DCU. Aqui, já é certo que teremos, ao menos, um novo Superman e um novo Batman, com atores ainda não confirmados; e os filmes Batman e Coringa passarão a fazer parte do selo Elsewords, que foca em histórias desconectadas da continuidade principal.
Mas, e você, caro leitor? O que espera desse filme? Deixe nos comentários e aguarde nossa crítica do filme, que será publicada em primeira mão.
The Flash chaga aos cinemas brasileiros em 15 de junho de 2023, confira alguns pôsteres e imagens abaixo: