Hollywood perdeu a última estrela da sua era de ouro na noite desse sábado (25). A atriz Olivia De Hallivand, conhecida por ter interpretado Melanie Hamilton no clássico “…E o vento levou“, morreu aos 104 anos em Paris, enquanto dormia.
Sendo a única atriz do elenco que estava viva, Olivia conquistou dois Oscares de melhor atriz no filme Só Resta Uma Lágrima (1947) e Tarde Demais (1949) e dois Globos de Ouro, um de melhor atriz no filme Tarde Demais e melhor atriz coadjuvante na televisão na série Anástacia: O mistério de Ana (1987), além de ter recebido uma medalha francesa e americana por sua contribuição para o cinema e artes.
Legado

Olivia De Hallivand durante o 75º Oscar Anual da Academia no Kodak Theatre, 23 de março de 2003 em Hollywood, Califórnia.
Filha de um diplomata e uma atriz, Olivia nasceu em Tóquio em 1916. Ainda criança se mudou para os Estados Unidos onde estudou ballet, teatro e música, incentivada pela mãe. Na adolescência fez seu debut na peça teatral Alice no País das Maravilhas em 1933, um ano depois Warner Bros a contratou como atriz. Seu primeiro filme foi O Sonho de Uma Noite de Verão (1935) interpretando Hermia.
Ao longo de sua carreira Olivia De Hallivand criou uma imagem de moça dócil e submissa por conta de suas personagens, o que a incomodava. Apesar de querer interpretar personagens diferentes, Warner Bros não aceitou e a proibiu de atuar por 6 meses. O que mais tarde levaria Olivia, em 1944, mover um processo contra o estúdio por querer prorrogar o contrato mais 6 meses alegando que ela devia isso por conta da proibição. Ela ganhou o processo e impulsionou a criação da Lei De Hallivand, enfraquecendo o controle dos estúdios na carreira dos atores.
Olivia era uma atriz com uma vida tranquila tendo apenas uma grande polêmica, que carregou durante toda sua carreira até 2013, a rivalidade com sua irmã mais nova Joan Fontaine, que ficou mais intensa após Joan ter ganho o Oscar de Melhor Atriz no filme Suspeita (1941).
Sua última aparição nas telas foi no filme A Mulher que Ele Amou (1988) , desde então ela vivia em Paris, cidade em que foi nomeada “Cidadã de Honra”. Também foi nomeada cavaleiro da Legião de Honra Francesa em 2010 e, sete anos depois, dama do Império Britânico pela Rainha Isabel II, além de receber a medalha americana Nacional das Artes em 2008.