Sabemos que a violência é um tema que assola a humanidade desde que o mundo é mundo, mas agora imagine ter uma escola que ensine a como e quem matar? Pois bem, essa é a escola criada pelo Mestre Lin (Benedict Wong) no universo das HQs de Deadly Class, e que ganhou uma série exibida pelo canal norte-americano Syfy.
Apesar de ser uma série muito sangrenta, não é só de violência que essa ótima trama nos mostra, mas a conquista pela liberdade, o apelo filosófico, a luta diária contra o bullying e a falta de amor dentro de cada família que envolve todos os personagens dessa escola de assassinos.
Dando partida nessa jornada, o aluno Marcus Lopez (Benjamin Wadsworth), um jovem latino solitário, que é um nômade das ruas, é descoberto pelos veteranos da tal escola e ao entrar na turma, tenta entrar em alguma tribo que compõe os diferentes estilos de vida, raça e ideologia dos demais alunos. Sem muito sucesso, o garoto órfão com tendências suicidas entra para o grupo dos excluídos, e dentro dele conhece amigos que fazem ele se situar da realidade vivida atualmente.
Fora da tribo dos excluídos, temos duas importantes personagens, a Maria (María Gabriela de Faría) que faz parte do grupo dos latino-americanos e a Saya (Lana Condor), que apesar de serem fortes mulheres, há uma fragilidade oculta que faz qualquer espectador se identificar com cada uma. Apesar das diferenças, elas são grandes amigas e fazem de tudo para conquistar o coração sofrido e frio de Marcus.
Um grande amigo de Marcus, que também não conseguiu entrar em nenhum grupo, é o anarquista (mais fofo que você vai conhecer), Billy (Liam James), que sempre viveu sob os maltratos do pai, enquanto sua mãe nunca teve voz ativa em casa, criando assim um assassino de moicano que quer vingar as atrocidades do pai.
Mas sempre há paz no meio ao caos, e essa paz se chama Willie (Luke Tennie), um garoto afro-americano que apesar do tamanho e sempre parecer um cara mal encarado, é a pessoa que mais coloca panos quentes nas brigas da turma, e o único que não gosta de usar drogas.
Com uma pitada de humor cínico, Deadly Class conseguiu cumprir a promessa de ser uma releitura perfeita das HQs. Apesar de se passar em meados dos anos 80, todos os temas abordados são extremamente atuais. A fotografia da série é algo bem interessante também, bem sombrio, mas com tons de rosa e vermelho para destoarem de cenas macabras sempre.
Deadly Class é uma série bem diferente de tudo o que você já viu no mundo das telinhas. E com alguns vilões, tanto dentro da escola como fora, os motivos principais são quase sempre pessoais, desde coisas do passado, até momentos vividos no presente pelos personagens.
Logo nesta temporada de estreia, já dá para sentir que os assassinos da trama na verdade são como super-heróis para quem assiste, e no bom sentido.
PS.: Maria é a assassina mais incrível e estilosa de todas! Quando está em ação pinta o rosto como caveira mexicana e usa um leque cheio de facas.