Prosseguindo os acontecimentos de O Culto de Chucky, a primeira temporada de Chucky está disponível no catálogo do Star+. O grande idealizador dessa saga, Don Mancini, está envolvido ativamente na produção, além de dirigir alguns episódios. O elenco original desses filmes também está de volta.
Nessa primeira temporada, o jovem Jake (Zachary Arthur) é vítima de bullying e sofre com o pai abusivo. Após encontrar o boneco Chucky (Brad Dourif), ele se surpreende com as coisas que o brinquedo assassino lhe induz a fazer. Nesse tempo, Chucky passa a cometer uma série de assassinatos brutais, aterrorizando a pequena cidade de Hackensack.
Chucky e suas atualizações
Mesmo que o sétimo filme da franquia tenha seus problemas, aquele final abriu margem para algo promissor. Assim, a série já inicia sem muita enrolação, logo estabelecendo esses novos personagens e como Chucky se encaixará na história. Aliás, há uma brincadeira muito divertida na abertura, que se adapta à cada episódio.
E como essa proposta lida com adolescentes, ela tinha tudo para soar boba, como foi no recente reboot. Os personagens principais, de início, parecem muito unidimensionais, porém, a história adiciona camadas para eles gradualmente e faz com que nos importemos com eles. É interessante também, como somos surpreendidos, afinal, tudo que parece previsível ou até clichê, é subvertido em algum momento.
É claro, a série possui alguns momentos toscos, em que, certamente, você estranhará quando assistir. No entanto, o humor ácido de Chucky e esses momentos que ele está inserido, farão com que você se divirta. Ainda existe aquela tensão sobre os lugares que ele passeia, além de suas horríveis expressões faciais, que fascinam e demonstram um excelente trabalho na mecatrônica do boneco.
Ter o retorno de Brad Dourif como a voz de Chucky é sensacional. Como não amar aquela entonação tão característica? E aquela risada clássica? E, dessa vez, com diálogos ainda mais afiados? É maravilhoso!
Nesse sentido, a estrutura de oito episódios é muito bem utilizada. Você sente os acontecimentos crescendo e esse perigo se externalizando cada vez mais. O próprio elenco mirim, se mostra bem competente. As mortes, mesmo que algumas tenham seus exageros, estão graficamente muito bem feitas e impressionam, seja pelas homenagens ou pela criatividade.
O abraço à franquia
Assim como qualquer outra franquia, Chucky teve seus altos e baixos. Contudo, esse projeto veio para revitalizar a franquia, mas, não esquecendo de onde veio. Todos os filmes são canônicos, tudo vale. A série conseguiu misturar tudo em uma nova história e equilibrar esses núcleos, além de rir de si mesma e admitir a bizarrice de tudo que ocorreu.
Todas as cenas com Jennifer Tilly chamam a atenção pelo destaque nos objetos avermelhados, além dessa interpretação sagaz. Mas, Fiona Dourif é o grande destaque desta temporada, ela interpreta: A Nica, A Nica possuída pelo Chucky e o Charles Lee Ray no passado. Simplesmente Fantástica!
Ter mais embasamento do passado de Chucky é uma adição muito bem-vinda, mesmo com os retcons. Ver como essa figura foi se formando e como isso rima com o que está acontecendo no presente, traz ótimas intercalações; além da linguagem desses momentos se alterar.
Existem momentos de expositividade, que, talvez, sejam necessários para quem nunca viu os filmes antigos e comece a despertar o interesse agora. Então, todas as subtramas se amarram e, mesmo que haja brechas para uma segunda temporada, existe um senso de conclusão do que vínhamos acompanhando.
Portanto, a primeira temporada de Chucky foi um grande acerto. Souberam a hora de dosar, trazendo os clássicos e introduzindo os novos. Ficamos ansiosos, surpresos e entretidos com essa história. Se você ficou desesperançoso com os últimos filmes, não se preocupe, a série é tão boa que irá fazer com que você os perdoe!