Dirigido por Jon Watts, Homem-Aranha: De Volta ao Lar teve seu lançamento em 2017, com uma proposta totalmente diferente do que já havíamos visto. O longa, foi marcado por ser o primeiro filme solo do Homem-Aranha no UCM, após a sua participação em Capitão América: Guerra Civil.
No filme, Peter Parker (Tom Holland) está voltando para casa, após uma árdua luta ao lado dos Vingadores. Sob o olhar de Tony Stark, Peter começa a abraçar sua nova identidade como Homem-Aranha e combate diariamente pequenos crimes na vizinhança. Ele cruza o caminho do vilão Abutre (Michael Keaton), que se mostra bem perigoso.
A repaginação em Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Primeiro, é bom ressaltar que já havíamos tido duas versões frescas do herói no cinema, então, é claro que sua chegada ao UCM iria nos gerar certa curiosidade. Afinal, essa é a versão mais jovem do personagem, e já havia sido dito em Guerra Civil que sua atividade como Homem-Aranha era recente. Nessa releitura, não temos problemas adultos, ao invés disso, temos problemas adolescentes.
E isso é perfeitamente válido, se aproximando muito do personagem na versão Ultimate, dos quadrinhos. O personagem lida com situações mundanas, sua vida de herói colide diretamente com a vida escolar e pessoal. Mesmo assim, é relacionável, pois o filme estabelece um perfeito balanceamento.
Existe também, uma atualização para a atualidade, ou seja, a adição da tecnologia. Além de ter uma grande semelhança com o Homem de Ferro, o mesmo tem seu papel no filme e é isso que incomoda muitas pessoas. Nem sempre é um problema, porém, é terrível ver o nosso protagonista questionando a perda de seu traje, mesmo que tenha um efeito depois. Isso faz o público questionar “O que te fez ser um herói?”.
Essa é a versão mais cômica e atrapalhada do personagem, e está tudo bem. É ótima a iniciativa de renovar o herói para o público de hoje, trazendo uma nova geração para conhecer o Homem-Aranha. Nesse sentido, algumas decisões foram acertadas à primeira, já outras, nem tanto. O próprio Tom Holland traz uma energia perfeita para o papel.
A identidade do filme

O roteiro encaixa os personagens em situações que fazem sentido, deixando tudo mais dinâmico. Não tem nada de errado em trazer um filme leve e otimista, mas, ainda sim, existe a dose perfeita de drama.
O Abutre é um dos primeiros vilões do UCM que realmente nos apegamos e entendemos suas motivações. Michael Keaton traz um carisma absurdo para o personagem e rende cenas memoráveis. O plot que o envolve é bastante criativo, ninguém nunca esperaria por aquilo, e mostra como o Homem-Aranha não tem um dia de paz, assim, sentimos peso naquilo.
É interessante como o filme quebra algumas questões do Homem-Aranha tornando-as divertidas ou perigosas, como, por exemplo: e se ele estivesse em um lugar sem prédios? E se alguém descobrisse sua identidade só por relacionar sua voz com a de Peter Parker? E se ele escalasse tão alto a ponto de passar mal?
O personagem se encontra em uma aventura mais contida e isso é ótimo. A tia May é mais jovem, isso não a impede de ter uma boa relação com Peter, equilibrando drama e humor. A proposta do filme é muito bem executada, há boas ideias, boa trilha sonora e, claro, uma boa história. Então, quando finalmente chegamos ao fim, percebemos como a aventura valeu a pena.
Algumas cenas de ação desapontam, principalmente no terceiro ato. Além dos efeitos especiais distraírem bastante. Sempre que pensamos se tratar de um filme de 2017, é bizarro ver como ele já envelheceu em tal quesito. Aliás, onde estão as cenas do herói se balançando pela cidade?
Portanto, Homem-Aranha: De Volta ao Lar tem alguns problemas, porém, é bastante agradável em muitos aspectos. É um projeto contido, dramático e cômico. Jon Watts nos entregou um filme bem divertido!