Os quadrinhos da Marvel se estendem por centenas de heróis, vilões, grandes eventos e histórias. Entretanto, muitos se esquecem de onde tudo isso começou. O Quarteto Fantástico foi a primeira super-equipe da Marvel criada por Stan Lee e Jack Kirby. Esse grupo — mais uma família — reside no imaginário popular até hoje.
E mesmo com os tropeços no cinema, um futuro onde o UCM introduz a equipe parece cada vez mais próximo. Assim, que tal lembrarmos e revisitarmos alguns aspectos do Quarteto Fantástico?
Criação
Cada super-herói possui uma origem, e a do Quarteto Fantástico vai além das páginas dos quadrinhos.
Nos anos 60, Martin Goodman, o editor-chefe da então Marvel Comics, queria uma super-equipe para bater de frente com a Liga da Justiça. Dessa forma, ele contatou Stan Lee, que ao lado de Jack Kirby idealizou uma equipe de super-heróis.
Porém, essa equipe diferiria da Liga da Justiça. A mesma era formada por grandes heróis da DC e servia mais como um espetáculo para os leitores e admiradores desses personagens que se juntavam e salvavam o dia.
Lee e Kirby pensavam diferente. Eles queriam personagens que agissem como uma espécie de família, que possuía tanto conflitos internos quanto externos, enfrentando monstros e a si mesmos. Como resultado, foi decidido que os personagens teriam deformidades, mutações que afetariam suas vidas pessoais e sociais.
Na história, Ben Grimm, Susan e Johnny Storm viajam a bordo de um foguete experimental a mando do engenhoso cientista Reed Richards. Entretanto, ao alcançar a atmosfera do planeta Terra, raios cósmicos atingem o foguete e todos absorvem sua radiação. Ao alcançarem a superfície novamente, eles descobrem que têm poderes, e decidem usá-los para ajudar a terra.
A equipe
A princípio, fora decidido pelos editores que cada membro do Quarteto teria uma personalidade com arquétipos básicos, porém, que se estenderiam e se desenvolveriam ao longo das edições para manter o leitor interessado na continuidade.
Reed Richars (Senhor Fantástico) é o líder da equipe, um cientista muito lúcido e metódico. Porém, o claro intelecto avançado de Richards fez dele um homem um tanto distante emocional e socialmente, tornando sua relação inicial com os personagens, bastante complicada. Reed possui poderes de elasticidade.
Em contrapartida, se Reed é o cérebro da equipe, então Ben é o punho. Apelidado de Coisa, o personagem é um dos que mais sofreu com os raios cósmicos, transformando seu corpo em rocha sólida.
Conforme a história avança, Ben tenta se reestabelecer na sociedade, mas sua raiva e seu trauma o impedem, além de culpar Reed. Ele é detentor de uma das frases mais memoráveis da editora “Tá na hora do pau!”.
Já Sue Storm é a alma da equipe. Com poderes de invisibilidade, ela foi inicialmente apelidada de Garota Invisível, para mais tarde se tornar Mulher Invisível. Sue conhece Reed desde criança e nutre uma paixão não correspondida pelo cientista frio, anos mais velho que ela.
Ainda assim, os dois se apaixonam no quadrinho, casam e até têm filhos, se tornando um dos casais mais proeminentes da Marvel. Sue humaniza Reed de formas que ele nunca pensou que poderia ser humanizado, principalmente quando ambos tem filhos.
Por fim, temos Johnny Storm, irmão gêmeo de Sue e o playboy engraçadão da equipe. Sempre que grita “Em chamas!” seu corpo é coberto de fogo e ele pode até voar com o impulso inflamável. Johnny é um amante de carros, além de um galanteador.
O vilão
O Quarteto possui muitos bons vilões, mas o Doutor Destino é certamente o seu maior nêmesis. Colega de Reed Richards na faculdade, o jovem filho de ciganos da Latvéria jurou vingança contra a equipe, por Reed ser aparentemente o responsável pelo acidente que deformou seu rosto.
Além disso, Destino é um grande feiticeiro, talvez um dos maiores da Marvel, e um ditador da Latvéria. Sua casa natal, o país europeu, é comandado com mãos de aço pelo vilão e usado como sua base central na maioria das vezes.
Constantemente, Doutor Destino arquiteta planos para dominar o planeta, destruir o Quarteto e aumentar sua influência. O quadrinho Os Livros do Destino explora a origem do vilão com perfeição.
Lá, ficamos sabendo mais sobre sua juventude miserável e os acontecimentos que o levaram a querer se tornar o mais poderoso dos feiticeiros.
Exploradores
Por outro lado, é inegável que O Quarteto Fantástico tenha ficado obsoleto ao longo das décadas.
Baixas vendas, histórias ruins, frequentemente tentando se reinventar para atrair novos públicos. Nesse ínterim, um aspecto da equipe jamais foi modificado demais: eles são exploradores.
Acima de tudo, essas são pessoas que se tornaram coisas estranhas, exóticas, bizarras e únicas. Isso os faz descobrirem e catalogarem formas de vida e lugares da mesma natureza. Do espaço, até o centro da Terra e em universos alternativos, O Quarteto Fantástico desbrava as partes mais insanas do Universo Marvel.
Como resultado, já descobriram Wakanda, conheceram O Vigia, enfrentaram Galactus, o Surfista Prateado, e até se encontraram com o One Above All, o suposto Deus da Marvel.
E, mesmo após guerras civis e infinitas, ultimatos e sem voltas para casa, ainda não conseguimos tirar O Quarteto Fantástico de nossas cabeças. Quem sabe a adaptação cinematográfica do UCM realmente consiga captar a essência desses personagens genuinamente fantásticos!
Enquanto esse filme não chega, você pode assistir aos antigos no Disney+.