Dirigido por J. J. Abrams, Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker encerrou não só a trilogia sequel de Star Wars, mas, a saga Skywalker em sua totalidade. Esse, certamente, é um dos filmes menos adorados pelos fãs da franquia. Mas, afinal, quais são os grandes problemas da história e o que ainda se salva?
Nessa conclusão da saga, temos o retorno do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid) e, com isso, a Resistência toma a frente da batalha. Treinando para ser uma Jedi completamente instruída, Rey (Daisy Ridley) se encontra em conflito com passado e futuro, e teme pelas respostas que pode conseguir com Kylo Ren (Adam Driver).
A Ascensão Skywalker e sua incoerência
O maior problema do longa é ele se dar o peso de ser uma grande conclusão, não chegando perto disso. Ele cria muitas soluções visando “consertar” decisões já tomadas anteriormente. Nunca há uma preocupação real em trazer algo original e impactante, já que existe o constante uso de elementos reciclados.
Muito dessa história, nós já vimos e melhor. O retorno do Imperador não tem sentido algum, além de sua motivação nunca ficar muito clara, já que ele está apenas reagindo ao que acontece.
Rey simplesmente não evolui sua jornada. Tudo que bastava para a personagem seguir seu caminho, já fora resolvido no filme anterior e dado margem para o que seria uma das melhores personagens desse universo. Infelizmente, ela é reduzida a um plot extremamente pobre e tira todo o peso da mensagem de Os Últimos Jedi.
É ótimo ver Kylo Ren como líder supremo, porém, há um momento catártico para esse personagem; que, se fosse bem construído, não soaria abrupto como foi, mesmo que Adam Driver saiba medir suas posturas com o personagem.
Finn recebe um bom arco, mas, infelizmente, é erroneamente inserido no filme. Poe possui uma revelação nada original, que só demonstra, mais uma vez, a tentativa de replicar os elementos de Star Wars.
Todos os personagens são mal concluídos, visto que não existe ousadia, consequência, ou consistência naquilo que o próprio filme apresenta. Tudo que parece ter peso, é contradito logo em seguida e destoa.
Não parece uma continuação e o senso de conclusão é inexistente. A única missão do filme era prosseguir com o que já era interessante e dar um desfecho sólido a isso. Porém, ele decide seguir o caminho das soluções fáceis e apostar no seguro.
O filme tem coisas boas?
É impossível não tirar substância de qualquer filme, até de Ascensão Skywalker. J. J. Abrams sabe filmar muito bem, suas noções de espaço e condução da aventura dão um ritmo acelerado ao filme. As transições são muito orgânicas e o filme é visualmente lindo.
A batalha de sabre de luz entre Rey e Kylo Ren é extremamente empolgante. Além disso, o filme tem um acerto que merece ser ressaltado: se os personagens têm conclusões insossas, a dinâmica deles é bem interessante.
Os momentos de Rey, Poe e Finn juntos, nos transmitem aquela sensação boa de amizade, repleta de desentendimentos, brincadeiras e amor. A aventura é divertida, mesmo que tenhamos que ignorar o motivo dela estar acontecendo.
Infelizmente, Carrie Fisher faleceu antes das filmagens desse filme e sua última aparição foi no Episódio VIII. Aqui, existe a utilização de cenas deletadas dela, nos filmes anteriores; então, é notável como usaram essa limitação no filme, aplicando-a no contexto da história e, enfim, encerrando a jornada da nossa tão querida Princesa.
Portanto, Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker é uma conclusão mal feita. É possível notar bons elementos, assim como em qualquer obra, no entanto, ele soa extremamente desconexo daquilo que vinha sendo apresentado, e parece desperdiçar tudo o que havia de potencial.
Falta coerência, as decisões são bobas, os personagens se perdem e o final é questionável. Se você desconsiderar o tamanho que o filme podia ter e todas as más escolhas realizadas, você irá se aventurar. Infelizmente, ele não sabe o que quer ser e acaba sendo uma péssima colcha de retalhos.