Roteirizado e dirigido por James Cameron, Titanic é um clássico absoluto do cinema do século XX. O longa fez história, estando até hoje nas três maiores bilheterias mundiais, além de ter recebido quatorze indicações ao Oscar e vencido onze, incluindo a de Melhor FIlme. Se você nunca assistiu, certamente já ouviu falar desse filme!
No longa, Jack (Leonardo DiCaprio), um artista pobre, e Rose (Kate Winslet), uma jovem rica, se apaixonam em uma viagem a bordo do Titanic. Embora ela esteja noiva de uma pessoa que não ama, a jovem vai contra sua família e vive intensamente um romance proibido. Contudo, algo horrível está prestes a acontecer com o navio e seus destinos tornam-se incertos.
Titanic e um desfecho inevitável
Hoje em dia, a maioria das pessoas sabe: o Titanic afunda no final. O sucesso do filme implantou muito dessa história no imaginário popular, mesmo sendo baseado na vida real. É interessante como ele decide não esconder o final, já que poderia seguir uma linha cronológica tradicional. Mas será que seria tão impactante como foi?
Então, diante de uma história com um final tão trágico, situado logo na primeira hora do filme, como ficaremos investidos? É simples, porém complicado. Nas mãos de um roteirista ou diretor medíocre, a história poderia facilmente desandar. No entanto, as camadas impostas aos personagens e as discussões levantadas são notáveis.
O navio em possui um tratamento de grandiosidade, Cameron passeia por ele e suas locações como se fosse infinito, mostrando como é deslumbrante. O roteiro brinca muito com elementos importantes na história, os diminuindo e trazendo boas sacadas.
A direção sabe muito bem como manipular as nossas emoções. Há cenas ”perigosas” que terão um desfecho seguro, mas que nos trazem um frio na barriga e uma real preocupação com os personagens, ou outras que passam a sensação de nojo. A abordagem das diferenças sociais da época é excelente, em que chega a ser angustiante presenciar determinadas situações e fortificante pensar no simbolismo da última cena — que, aliás, possui uma ambiguidade sublime.
Nesse sentido, é brilhante como o grande ápice do filme é lentamente construído. O navio não bate e afunda de imediato. Assim, qualquer um que esteja acompanhando esse caos prolongado que jamais poderia ser controlado, sente um aperto. Aliás, a mistura de efeitos práticos com especiais funciona até hoje, já que muito disso foi realizado há quase trinta anos e permanece convincente e refinado, ajudando na imersão do terror daquela situação.
Um belíssimo romance
Rose e Jack são um dos casais mais lembrados de todos. E não é por acaso, essa junção funciona como feijão com arroz. A introdução de Rose a define como uma mulher de família rica e tradicional, com um futuro determinado, mas sua natureza rebelde não esconde sua infelicidade.
Ela enfim encontra sua felicidade na simplicidade. Porque Jack, mesmo sendo pobre, é puro e genuíno como ela. Ele mesmo diz que não quer desperdiçar a vida e sim, fazer cada momento dela valer a pena. Dessa forma, o ”pouco” tempo que eles passam juntos é o bastante para sentirmos essa conexão através da tela.
É um amor que supera classes e barreiras, onde tudo ao redor dele é sincero e nos faz torcer para acabar da maneira mais clichê possível. Ainda mais, pela energia de carisma e doçura do jovem Leonardo DiCaprio, somadas às profundas expressões de insatisfação e ondas de alegria entregues pela belíssima Kate Winslet.
É aquele casal que você não enjoa de ver na tela. Eles experienciam os momentos mais importantes de suas vidas nessa viagem: o desespero, o mais cristalino amor, o erotismo, as danças mais satisfatórias, o beijo mais perfeito e a idealização de uma vida que jamais aconteceria. Por isso, novamente, a última cena é tão poderosa, já que pode ser interligada com uma das últimas frases do Jack antes de morrer.
Portanto, Titanic é um filme que todo mundo precisa assistir pelo menos uma vez na vida, a duração torna-se só um detalhe. Ele é capaz de nos fazer manifestar as mais variadas sensações, e seu investimento nessa história e personagens é garantido. E nunca se esqueça: ”É preciso viver a vida como ela se apresenta, fazer cada dia valer a pena”.