O gênero musical certamente é o mais divisivo quando falamos de filmes. É onde temos aquela clássica separação: ame ou odeie. Afinal, não é todo mundo que se apega às histórias onde os personagens param o que estão fazendo para cantar e dançar, mesmo que isso faça sentido naquele contexto.
Mas fato é: musicais também marcam e têm algo a dizer, apenas de outra forma. Pode ser pela melodia de uma música, ou pela forma com que a letra encaixa na história, até como aquilo expressa energicamente os sentimentos reprimidos dos personagens. Dessa forma, a fantasia que os musicais se permitem a abraçar é única.
Com o passar do tempo, os musicais foram se atualizando e cativando de diferentes formas. Por isso, hoje listaremos dez musicais que você precisa assistir. Se você tem afinidade com o gênero, a lista é essencial; e se você não tem, pode ter a partir dela!
O Mágico de Oz (1939)
No filme, Dorothy (Judy Garland) e seu cachorro são transportados através de um ciclone para a terra mágica de Oz. No caminho, ela encontra o Espantalho (Ray Bolger), o Homem de Lata (Jack Haley) e o Leão (Bert Lahr). Todos buscam por algo, então, juntos pretendem pedir ajuda ao Mágico de Oz, mas não esperam o que os aguarda.
Não teria como iniciar essa lista sem o Clássico dos Clássicos. É inacreditável pensar que esse projeto foi realizado na década de 1930. O esforço na criação dos cenários e maquiagem traz uma visão única para esse mundo. Além de sua mensagem universal, o musical é perfeitamente balanceado e proporciona momentos lindos, como, por exemplo, a atuação de Judy Garland em Somewhere Over the Rainbow.
Cantando na Chuva (1952)
No filme, Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Contudo, o cinema falado chega e muda radicalmente a forma de realizar filmes. Assim, Don decide produzir um filme falado, precisando superar as dificuldades desse novo método.
Esse é um daqueles filmes mais expressivos que você verá na vida. A transição do cinema e os bastidores se mostram de maneira divertida; mas nota-se como existe um brilhantismo nas coreografias realizadas, além das músicas viciantes e o elenco nitidamente esforçado. Nesse sentido, a alegria que o filme transmite é estrondosa, você terá vontade de sair cantando na chuva.
The Rocky Horror Picture Show (1975)
No filme, o casal Brad (Barry Bostwick) e Janet (Susan Sarandon) têm o pneu do carro furado durante uma tempestade e vão pedir ajuda na casa mais próxima. Eles se deparam com uma mansão onde há pessoas fora do normal, incluindo o dono, Frank-N-Furter (Tim Curry). Então, através de danças sistemáticas e canções de rock, Frank revela sua mais recente criação: um homem musculoso chamado Rocky (Peter Hinwood).
Só por essa sinopse acima, fica claro que esse musical é o mais maluco que você assistirá na vida. Nada faz sentido, mas tudo faz sentido. Com uma presença fantástica e hipnótica de Tim Curry, a adaptação da peça homônima é extravagante, falando sobre a libertação e os verdadeiros prazeres. Muitos momentos vão te gerar as mais variadas sensações, além da forma sensacional que as músicas são aplicadas.
Grease — Nos Tempos da Brilhantina (1978)
No filme, Sandy (Olivia Newton-John) e Danny (John Travolta) se apaixonam e aproveitam um verão inesquecível na praia. Quando retornam às aulas, eles descobrem que estudam na mesma escola. Contudo, quando ocorre o reencontro, Sandy percebe que Danny não é o mesmo por quem se apaixonou.
Mesmo sendo um retrato de sua época, com suas caricaturas e facilidades, o filme se assume dessa forma e não há nada de errado nisso. Esses adolescentes passam por problemas, porém, a energia do filme em sua totalidade é bem positiva. O musical é cativante, gostoso e leve. Não tem como não se empolgar com determinados momentos, principalmente com a sequência final e as atuações de John Travolta e Olivia Newton-John.
Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001)
No filme, o idealista e ingênuo poeta Christian (Ewan McGregor), se vê encantado pelo fabuloso e obscuro submundo de uma boate em Paris, a Moulin Rouge. Assim, em meio à drogas e farra, ele acaba se apaixonando por Satine (Nicole Kidman), a estrela da casa.
Com uma estética magnífica e cores vibrantes, essa Paris de 1900 é encantadora. O filme opta por utilizar músicas já conhecidas, o que poderia ficar cafona e, na verdade, fica perfeito nesse contexto. Você se importa com esses personagens e se relaciona com os momentos comoventes, mas, também, embarca na energia frenética do desenrolar da história. Em outras palavras: magnífico, opulento, tremendo, estupendo, imenso deslumbre, um êxtase sensual, espetacular!
Mamma Mia! (2008)
No filme, Donna (Meryl Streep), a proprietária de um hotel nas ilhas gregas, está preparando o casamento de Sophie (Amanda Seyfried), sua filha. Nesse tempo, Sophie convida secretamente três ex-namorados de sua mãe, na esperança de conhecer seu verdadeiro pai.
Esse é um daqueles filmes deliciosos de assistir, principalmente por sua ambientação exótica e o visual acalorado. As músicas marcam e o filme faz questão de dar tempo de tela para cada novo personagem que apresenta, os encaixando nas músicas de maneira criativa e os fazendo interagir com as circunstâncias dos lugares. Mas, para a surpresa de ninguém, Meryl Streep é a grande presença desta história, sua voz é magistral e seu carisma transborda.
La La Land: Cantando Estações (2016)
No filme, o pianista Sebastian (Ryan Gosling) conhece a atriz Mia (Emma Stone), e os dois se apaixonam. Em busca de oportunidades para suas carreiras em Los Angeles, o casal tenta fazer o relacionamento amoroso dar certo, enquanto perseguem seus sonhos.
Essa obra-prima já inicia com um belíssimo plano sequência de quatro minutos, misturando as mais diversas situações em um trânsito parado. La La Land, talvez seja, o musical mais equilibrado dessa lista. As composições originais são doces, o estilo de filmagem adotado é fluido e nos faz passear pelos mais belos ambientes. Quando você chegar ao epílogo e presenciar o último momento musical, onde você apenas ouve as músicas e abraça aquela fantasia, sem que ninguém esteja falando, a emoção será inevitável.
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Rocketman (2019)
No filme, o talentoso, porém tímido Reginald Dwight (Taron Egerton), muda seu nome para Elton John. Tornando-se uma fenômeno no mundo da música, ele também passa por muitos excessos e, ao que parece, uma solidão sem fim.
Se destacando por ser uma das cinebiografias mais cativantes dos últimos anos, Rocketman é brilhante. A ideia de selecionar determinadas músicas do Elton John, para então usá-las como um artifício que movimenta essa história, se mostra perfeitamente executada. Nesse sentido, as músicas do artista, dentro desse gênero, fazem sua história progredir. Além do visual extravagante e da direção arrojada, todas as atuações são memoráveis, principalmente as de Taron Egerton.
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Tick, Tick… Boom! (2021)
Situado na década de 1990, Jon (Andrew Garfield) é um compositor talentoso, que está prestes a completar trinta anos. Nesse período, está lidando com a amizade, o amor e o peso de criar algo incrível antes que o tempo acabe. Então, as coisas se tornam cada vez mais difíceis.
Esse é um dos filmes mais fáceis de conversar com quem assiste, afinal, ele fala sobre o tempo passando e os pensamentos inevitáveis da vida. As criações musicais de Jonathan Larson são aplicadas diretamente na forma que o filme é contado, sendo usadas como ferramenta narrativa (bem como Rocketman). É interessante como a história é situada através da peça de Jon, assim como suas empolgantes e profundas músicas. Dessa forma, o exercício de imersão é incrível, além da sublime entrega de Andrew Garfield.
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Amor, Sublime Amor (2021)
Por fim, nesse filme, Tony (Ansel Elgort) e Maria (Rachel Zegler) se apaixonam à primeira vista. No entanto, conforme o romance floresce, as duas gangues rivais que disputam o controle das ruas, os Jets e os Sharks, geram cada vez mais conflitos entre elas; afinal, tanto Tony quanto Maria pertencem a lados ”diferentes” um do outro.
Muitas pessoas podem estar se questionando agora ”como o remake de Amor, Sublime Amor está na lista e o clássico não?”, simples, essa nova versão é absurdamente melhor. Spielberg usa a mesma história já feita e, ainda assim, traz mais peso e energia para o longa.
A cantoria é empolgante e muitas vezes angelical, os passeios pelo West Side são incríveis e a hora nem passa de tanto que ficamos investidos nos personagens. É um filme doce, sincero e que nos faz sentir cada palavra dita. Uma das melhores atualizações que tivemos nos últimos anos.
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Portanto, esses dez musicais que você precisa assistir não são os únicos já feitos. Quais outros que ficaram de fora e você sentiu falta? Deixe nos comentários.