O livro Eu, Robô é um dos maiores clássicos da ficção cientifica de todos os tempos, além de ser uma das obras mais importantes já escritas dentro do gênero. Lançado originalmente em 1950, escrito pelo icônico Bom Doutor, Isaac Asimov, o livro é o primeiro da série Robôs, do autor. E já teve seu titulo utilizado no filme Eu, Robô, com Will Smith, embora o filme não tenha muito haver com o livro.
O livro narra vários contos sobre humanos e robôs, que abordam discussões bastante reflexivas. Acompanhamos uma entrevista jornalística sobre as memórias de Susan Calvin, uma robopsicóloga muito famosa na área, que fala sobre o começo da utilização de robôs no mundo humano, desde quando eram apenas meras máquinas utilizadas em fábricas.
Os robôs, no mundo de Asimov, sofreram muito preconceito pelos seres humanos que acreditavam que as máquinas eram maléficas e diabólicas, por não serem criaturas “naturais” e, que a qualquer momento poderíamos ser substituídos pelas máquinas, ou o medo de que acontecesse um levante robótico. Portanto foi criado as 3 leis da robótica:
- 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
- 2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
- 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Com a progressão tecnológica que presenciamos hoje, as leis robóticas de Asimov estão muito próximas de virarem uma legislação de fato.
Os contos são fáceis de se ambientar e formam narrativas gostosas de ler. Mesmo que o futuro de Asimov esteja ali na esquina para nós (o livro se passa em 2035), é compreensível e tão bem escrito que aceitamos facilmente o que está ali.
A psicologia é o ponto x do livro. A forma como é abordado temas tão profundos, faz com que a leitura seja absurdamente interessante, nos levando a refletir e questionar sobre assuntos como “o que é ser?”. Em alguns momentos, é possível até sentir um pouco de medo pelas máquinas, mas as abordagens da robopsicológa são tão bem feitas e aprofundadas que o medo se torna em fascínio.
Eu, Robô é um livro divertido, com um ritmo muito fácil. Depois que comecei a ler os contos, não consegui parar até o momento de terminar a história. Não é atoa que li as 253 páginas em dois dias. Isso por conta da leitura fluída, são raros os momentos em que fica cansativa ou com termos difíceis de entender, tudo é muito bem detalhado e escrito de uma forma tão boa que nem se percebe que está lendo um livro abordando código de leis, psicologia e filosofia, assuntos que normalmente são complicados.
Vale citar que a edição de 2014 da editora Aleph, além de ter uma capa LINDA, é um livro pequeno, confortável e muito bem traduzido. Esta edição faz valer ainda mais a leitura.