Estava eu, a procura de um romance bobinho para preencher meu tempo. Quando me deparei com a capa desse, parecia a distração ideal.
Lucinda Hutton e Josh Templeman se odeiam. Não é desgostar. Não é tolerar. É odiar. E eles não têm nenhum problema em demonstrar esses sentimentos em uma série de manobras ritualísticas passivo-agressivas enquanto permanecem sentados um diante do outro, trabalhando como assistentes executivos de uma editora. Lucy não consegue entender a abordagem apática, rígida e meticulosa que Joshua adota ao realizar seu trabalho. Ele, por sua vez, vive desorientado com as roupas coloridas de Lucy, suas excentricidades e seu jeitinho Poliana de levar a vida. Diante da possibilidade de uma promoção, os dois travam uma guerra de egos e Lucy não recua quando o jogo final pode lhe custar o trabalho de seus sonhos. Enquanto isso, a tensão entre o casal segue fervendo, e agora a moça se dá conta de que talvez não sinta ódio por Joshua. E talvez ele também não sinta ódio por Lucy. Ou talvez esse seja só mais um jogo.
Fui pega de surpresa, admito. O Jogo de Amor é, sem dúvida, um dos melhores romances atuais que li nos últimos tempos. É claro que não devemos julgar pela capa.
A premissa é simples, é aquele típico clichê de comédias românticas: dois colegas de trabalho que passam a maior parte do tempo, juntos, se odiando, e eventualmente, caem de amores um pelo outro.
Em primeiro lugar, tenho que parabenizar Sally Thorne quanto ao desenvolvimento dos protagonistas. Lucy é gentil, compreensiva, divertida… Josh é frio, metódico e bonito.
Até esse momento, estava convencida de que os personagens seriam os mesmos que já vi em outras 20 histórias: casais com falas genéricas, atraídos somente pela beleza um do outro.
Lucy também é espirituosa, alguém que vai te fazer rir em diversos momentos, porém também sabe defender as causas em que acredita e as pessoas que ama. Ela é real.
Josh fugiu do clichê “galã com passado sombrio e traumático”. Ele é inteligente, sagaz e tem sim, problemas com a família, contudo nada que seja fora do comum de muitos.
Ambos tem um histórico apresentado. Tem famílias, colegas e chefes de trabalho. Os secundários não aparecem somente em um capítulo e desaparecem ao longo da trama. Todos desempenham um papel importante para o desenrolar do romance.
A obra é narrada em primeira pessoa, e isso facilita para soltarmos sorrisos com os pensamentos de Lucy. Apesar do tom leve, as transições de emoções são naturais e fluem de maneira natural.
O roteiro não é surpreendente nem carregado. Não acontecem reviravoltas infames. Romance leve, em tom de comédia romântica, sem lições de moral, mas construídos com delicadeza.
Uma boa leitura para domingo à tarde. Se gostou desse título, clique aqui adquirir a versão impressa ou ebook na Amazon.
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