Idealizado por George Lucas, e dirigido por Steven Spielberg, Os Caçadores da Arca Perdida permanece como um dos melhores filmes de todos os tempos.
A primeira aventura do arqueólogo aventureiro mais famoso do cinema foi um sucesso de crítica, bilheteria, e levou muitos prêmios na noite do Óscar. Afinal, o longa reinventou não só o gênero de aventura, mas também inúmeros outros estilos que se mantêm invictos no cinema contemporâneo.
Portanto, com um novo filme da franquia chegando, decidimos revisitar esses clássicos um por um. As sementes da saga de Indiana Jones começam aqui, e seus ramos crescem firmes.
Uma carta de amor com alma própria
Inspirado por clássicos seriais de aventura dos anos cinquenta, George Lucas criou todo o conceito de Indiana Jones. Um sínico e sortudo aventureiro, que tropeça para sua vitória entre tumbas antigas e artefatos históricos. Já que o próprio Lucas estava produzindo seu próprio blockbuster na época, um pequeno filme chamado Star Wars, ele decidiu oferecer a ideia de Indiana e suas aventuras para Spielberg, seu melhor amigo.
O próprio Spielberg havia crescido nas salas de cinema dos anos quarenta e cinquenta. Ele entendia a ideia de Lucas quanto à essência do personagem, e, portanto, decidiu produzir e dirigir Os Caçadores da Arca Perdida.
Isso fez de Caçadores uma carte de amor a este velho gênero há muito perdido. Porém, Spielberg e Kasdan não só o revitalizam, como o transformam com suas próprias ideias. O resultado é uma verdadeira obra-prima, talvez um dos filmes definitivos de aventura do século passado.
Harrison Ford dá vida ao arquélogo, e, honestamente, existe dentro do mesmo. Indiana Jones é Harrison Ford e vice-versa. A princípio, Indiana é um heroico aventureiro que usa seu icônico chapéu e chicote para explorar partes remotas do mundo em busca de tesouros. Todavia, há muito mais nuances e charmes que diferem o personagem da maior parte do elenco de estoicos protagonistas de filmes dos anos oitenta. Indy é um professor numa universidade, ele coleta tesouros e artefatos para serem preservados em museus, ele apanha muito e geralmente quase morre em todas as suas cenas de ação.
No fim das contas, isso contribui para criar um dos personagens mais icônicos do cinema. É muito fácil se relacionar com Indiana Jones, pois ele não é nem de longe uma figura imbatível, que sempre sabe o que está fazendo. Para falar a verdade, ele só sai vivo da maioria de seus encontros com a morte por conta de sua inesgotável sorte, engenhosidade e estúpida coragem.
Uma jornada fantástica
A esplêndida trilha sonora de John Williams, atrelada à direção dinâmica e coesa de Spielberg, levam Jones a diferentes partes do mundo. Já que o mesmo foi contratado pelo governo para achar a suposta localização de um cetro que leva a Arca da Aliança, o objeto bíblico que supostamente guardava Os Dez Mandamentos. Entretanto, Jones logo se vê competindo com os nazistas pela localização da Arca. Isso o leva a perseguições pelas ruas do Cairo e pelo deserto do Egito.
Assim, com a ajuda de seu velho interesse amoroso, Marion Ravenwood (Karen Allen), e seu amigo Sallah (John Rhys-Davies), Indiana Jones corre contra o tempo para achar o cetro antes de seus inimigos, que pretendem usar a Arca como uma arma.
Dessa maneira, somos levados a cenas de ação, que fluem como danças hipnotizantes, sustentadas por uma direção ampla e dosada. De forma que o roteiro é autoconsciente o suficiente para assumir suas pretensões aventurescas. Há muito humor aqui, tanto nas sequências de ação, quanto nos divertidos diálogos entre os personagens que rapidamente fazem deles grandes heróis por quem torcemos.
Os nazistas da história são claras sátiras que os arrancam de sua autoridade pré-guerra. Ver Indiana Jones roubando um caminhão em pleno movimento, lutando mano a mano com um enorme oficial nazista e ameaçando um batalhão inteiro com um lança-mísseis, simplesmente não tem preço.
O espetáculo visual dos diferentes ambientes da história permanece uma experiência imbatível da década de oitenta. Afinal, há escavações cercadas de ruínas centenárias, templos abandonados que espreitam segredos mortais e estaleiros militares.
Veredito
Tudo isso faz de Os Caçadores da Arca Perdida um clássico audiovisual. Conforme Indiana Jones pula de um perigo mortal para o outro, um mundo se abre diante de nossos olhos. Um mundo que faz jus aos velhos filmes de aventura com protagonistas como Zoro e Billy The Kid (no cinema). Um mundo que, graças aos efeitos práticos e especiais, cria um verdadeiro senso de perigo, que uma vez vencido faz da experiência algo inalcançável em termos cinematográficos.
Honestamente, Caçadores da Arca Perdida merece todo o crédito que possui. Não só por revolucionar o mundo do cinema, como por entregar uma aventura verdadeiramente divertida e inesquecível. Por isso, Indiana Jones permanece um ícone imortal de Hollywood.
A franquia Indiana Jones pode ser assistida no Disney+.