Escrito e dirigido por Roman Polanski, O Bebê de Rosemary é um dos filmes de terror mais influentes de todos os tempos. O roteiro se baseia no romance de mesmo nome, de Ira Levin, publicado em 1967. No Oscar 1969, a atriz Ruth Gordon venceu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel no filme, como Minnie.
Mas, afinal, qual é a importância desse filme e por quais motivos ele ainda é tão lembrado por muitas pessoas atualmente?
No filme, o casal Rosemary e Guy, se muda para um prédio com pessoas muito estranhas, onde coisas bizarras acontecem. Quando Rosemary engravida, tem estranhas alucinações e observa seu marido se envolver com os vizinhos. Ela questiona sua própria sanidade e entra em uma jornada repleta de revelações impactantes.
O desenrolar de O Bebê de Rosemary
O grande feito desta obra é a utilização dos artifícios da história com sutileza. Rosemary passa por uma longa deterioração conforme o filme avança, então, é interessante como Polanski estabelece uma ambiguidade no roteiro: o que está acontecendo algo em volta de Rosemary ou ela simplesmente está maluca?
Absolutamente tudo que é apresentado se torna necessário. A construção é brilhante, os detalhes menores ou alguns diálogos que parecem normais, na verdade, têm um grande propósito quando você analisa o filme na totalidade. É uma história que apresenta surpresas e soluções inteligentes.
Estamos o tempo todo ao lado de Rosemary, sabendo que há algo de estranho nisso tudo, e não tendo certeza de nada. É notável o esforço de Mia Farrow nesse papel, onde entrega as mais diversas emoções e nos transmite muita inocência e um grande desespero.
O Bebê de Rosemary não é um filme que precisa te mostrar o mal para você sentir que ele está ali. A sequência maluca do sonho é assustadora, onde somos mergulhados em várias situações ao mesmo tempo, e temos o grande momento desencadeador. O impacto nem sempre é visual ou gráfico, mas psicológico. Você se sente tão próximo e não pode fazer nada, isso é desconcertante.
Nesse sentido, temos um senso de urgência, onde as coisas finalmente vão se encaixando. Porém, quanto mais faz sentido, mais o filme te sufoca e os personagens ficam mais estranhos. O final impacta e o texto é fortíssimo, é ali onde o desfecho apresenta uma situação incrível, da qual sentimos o peso e completamos aquilo com a nossa imaginação.
A construção da tensão
Sobretudo, tensão, é a palavra que define esse filme. A trilha sonora é extremamente desconfortável desde a primeira cena, onde já nos imerge na história. Além disso, os momentos-chave transmitem muita agonia, e isso é mais um dos pontos memoráveis do filme.
A pior sensação que um filme pode causar é te dizer nada e, mesmo assim, te deixar incomodado. O Bebê de Rosemary faz isso, principalmente, pelo fato de sabermos que algo muito esquisito está acontecendo, porém, não sabemos dizer exatamente o que é. Assim, ele nos atinge e atormenta com sua bizarrice misteriosa.
Sempre que os outros personagens surgem em tela, eles nos despertam dúvidas, pois possuem atitudes muito questionáveis que os tornam suspeitos. Por outro lado, eles podem apenas ser personagens realizando coisas normais, não?! Não tem como saberemos disso até finalmente chegarmos nos últimos minutos do filme, e é isso que tira nosso fôlego: a incerteza de tudo e a nossa constante desconfiança.
Roman Polanski sabe como manipular nossas emoções. O diretor entrega excelentes momentos de arrepio, incômodo e perigo. Portanto, O Bebê de Rosemary é competente em tudo aquilo que se propõe, com muitas características marcantes e identidade própria. Com certeza, é um dos maiores e melhores filmes de terror de todos os tempos.