Após o sucesso absoluto do primeiro filme e uma adaptação para desenho animado, uma continuação seria o normal. E não é que veio? Os Caça-Fantasmas 2 (1989) atende ao chamado, clamando pela nostalgia e mostrando que o filme de 1984 ainda tinha muito a mostrar. Como será que se saiu?
Mais fantasmas
Cinco anos após salvarem o mundo, mas a custo de muito prejuízo financeiro, os Caça-Fantasmas não podem mais exercer sua profissão. Ray Stantz (Dan Aykroyd) tem uma pequena livraria que vende livros místicos e com Winston Zeddemore (Ernie Hudson) tentam ganhar dinheiro com a fama passada junto a crianças, que só querem saber do He-man.
Egon Spangler (Harold Ramis) trabalha no Instituto de Pesquisas Avançadas, realizando experimentos científicos e, por fim, Peter Venkman tem seu talk-show que fala sobre eventos sobrenaturais.
Para não ficar somente no grupo de amigos, Dana Barrett (Sigourney Weaver) não está mais tocando na orquestra, casou, teve um filho — que não é de Venkman — separou e agora trabalha como restauradora em um museu com Janosz Poha (Peter MacNicol), apaixonado pela colega de trabalho e curador do local.
Quando um estranho quadro chega da Moldávia para que Dana possa trabalhar nele, estranhos eventos começam a acontecer e com isso, os Caça-Fantasmas deverão entrar em ação e evitar o fim do mundo, de novo.
De volta à ação
Os Caça-Fantasmas 2 não era para acontecer. O motivo é simples: Bill Murray nunca quis voltar ao papel de Peter Venkman. O ator não acredita em continuações, pois para ele perde um pouco da criatividade, tanto da obra original quanto dos filmes futuros.
No entanto, o sucesso do primeiro foi enorme, alavancando vendas de brinquedos, auxiliando na popularização do desenho animado e resultando no retorno no quarteto à ação. Isso é um prato cheio para os fãs, por mais que atores como Murray não se sintam à vontade.
Dito isso, é de se esperar que os artistas não se sintam confortáveis com seus papéis, o que gera a possibilidade de realização de um filme fraco. Não é o caso, pelo menos não completamente.
Com Gozer derrotado no primeiro longa, os roteiristas Dan Aykroyd e Harold Ramis precisaram criar uma história tão ou mais cativante quanto o primeiro filme. Então, aproveitaram-se de uma onda de violência ocorrendo na cidade de Nova Iorque para escrever o plot da história, determinando a origem de pensamentos negativos.
E, apesar de não ter o mesmo brilho do original, funciona muito bem. Os efeitos especiais estão melhores, já que o avanço tecnológico ajuda. Apesar de a história destoar um pouco do original, ainda é Caça-Fantasmas, fator determinante para o sucesso.
Atuações
Conforme dito, uma das preocupações principais é com a atuação dos personagens, principalmente Bill Murray, e como isso também afetaria o restante do elenco. Afinal, querendo ou não, ele foi o destaque do primeiro filme, e por tabela, também é do segundo.
Não foi o caso. As interpretações estão em níveis satisfatórios, chegando perto, inclusive, das do primeiro. Estão um pouco mais caricatas, talvez a níveis mais próximos do desenho animado.
Cenas memoráveis
O primeiro Caça-Fantasmas possui cenas memoráveis, tais como a conversa de Peter e Zuul, que na ocasião estava possuindo o corpo de Dana. Mas a mais icônica talvez seja quando Gozer pede para escolherem a forma do Destruidor de Mundos, e então Ray pensa no monstro de marshmallow Stay Puft.
A continuação não é diferente. Todo o tempo o espectador questiona se haverá uma cena tão icônica quanto, e é mais para o final que ela vem. Apesar de ser um filme de 1989, não convém falar muito para não dar spoiler. Mas vale a pena conferir.
Conclusão
Os Caça-Fantasmas 2 pode não ser a continuação que todos esperam. Inclusive, muitos fãs não a consideram no cânone, fator que Ivan Reitman já desmentiu. Ocorre que o filme, apesar de ser melhor em seus efeitos especiais e ter uma história até um pouco mais fechada, não tem o brilho do primeiro.
Entretanto, por ser uma história um pouco mais genérica, que não liga os pontos anteriores ao novo filme, inclusive ao dar outros destinos a personagens já consagrados, coloca dubiedade no próprio filme. Contudo, vale a pena assistir. Está disponível no Star+.