Dirigido por Damien Chazelle, Whiplash: Em Busca da Perfeição, é um filme muito aclamado pela crítica. Obteve cinco indicações no Óscar 2015 e venceu três, incluindo: Melhor Montagem, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Mixagem de Som.
A história por trás do longa é curiosa: Whiplash era um curta-metragem de dezoito minutos, com Damien Chazelle no roteiro e direção, além de J. K. Simmons interpretando um dos personagens mais marcantes. O curta foi premiado no Festival de Sundance, em 2013, obtendo apoio do programa de longa-metragem do Instituto Sundance e do SAG para a produção.
Então, a Sony Pictures Classics adquiriu os direitos, com Damien Chazelle ainda no comando e tendo o reaproveitamento de J. K. Simmons em seu papel.
No filme, Andrew Neiman sonha em ser o melhor baterista de sua época. Ele chama a atenção do sádico mestre do Jazz Terence Fletcher, que ultrapassa todos os limites e transforma o sonho do jovem músico em uma verdadeira busca pela perfeição.
A originalidade em Whiplash

A ideia de um mentor tirando todas as energias de seu aluno pode parecer ultrapassada, porém, Whiplash tem muitas outras camadas. Existe frescor e originalidade no que é apresentado e aplicado, já que o filme é facilmente lembrado por seus personagens, sua técnica e as sensações causadas.
O tom amarelado é o que torna seu visual tão marcante, essa estética te passa todo o calor e a obsessão presentes nas cenas. As perspectivas escolhidas para nos mostrar o que está em jogo durante os momentos com música são incríveis e com bastante foco nos detalhes, já que a história aborda a música.
É possível ver e ouvir todos os sons, de todos os instrumentos. A forma com que Damien Chazelle decide mostrar a história é louvável, com uma excelente fluidez narrativa e ótimos movimentos de câmera. Conforme você vai assistindo, a direção sabe como te situar de tudo que está acontecendo.
Então, só na parte técnica, já existe tamanha imersão capaz de te deixar desconfortável e empolgado. Dessa forma, toda essa identidade é memorável e seus elementos são muito característicos, assim como a força de sua narrativa.
A perfeição em Whiplash

Com um texto muito bem escrito e excelentes atuações, os personagens são excepcionais. O que é feito com o protagonista se mostra um verdadeiro estudo de personagem. Andrew passa por um processo extremamente desgastante e mesmo assim, seu objetivo nunca é deixado de lado.
Ele sofre tanto mentalmente quanto fisicamente, então, quando chegamos nos momentos finais, aquilo impacta. Além disso, é possível ter a experiência de como é ser esse personagem, já que toda a sua construção é gradual e de tirar o fôlego.
Miles Teller apresenta uma atuação condizente com o personagem, ele consegue ser contido, e quando precisa, passa toda a euforia e a fria obsessão de seu personagem.
Já J. K. Simmons, apresenta uma atuação absolutamente perfeita. Seu personagem é imprevisível e ele consegue te passar muito nervosismo — você consegue ver o esforço que ele está tendo, toda sua expressão facial e corporal consagram ele como Fletcher e sempre que ele está em tela, rouba a cena.
Os dois personagens precisam um do outro, assim como os atores. Se apenas um dos pilares fosse apresentado, de repente, não seria tão bom. A história pode parecer simples, mas, por conta da boa execução, ela se torna perfeita. O roteiro sabe estabelecer seus personagens e motivações, além da direção, que traz foco e ritmo.
Um dos papéis da Arte é fascinar, incomodar e dialogar conosco de alguma forma, e esse filme com certeza irá fazer essas coisas com você. Por fim, Whiplash: Em Busca da Perfeição é um dos grandes filmes da década de 2010, em outras palavras, um filme perfeito.
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