Dirigido por Lana Wachowski, Matrix Resurrections finalmente chegou aos cinemas. Esta sequência direta da trilogia Matrix, conta com a mente idealizadora por trás e, claro, parte do elenco original. Mas, afinal, o filme eleva o que já havia de bom na saga ou torna-se medíocre?
No filme, mais uma vez, somos apresentados a um mundo de duas realidades: a vida cotidiana e o que está por trás dela. Thomas A. Anderson (Keanu Reeves) terá que escolher seguir o coelho branco novamente. Essa escolha é a única forma de entrar ou sair da Matrix, que está mais forte, mais segura e mais perigosa do que nunca.
O fator nostálgico em Matrix Resurrections

O filme, claramente, tenta honrar o legado da franquia. Não é à toa, que temos um quase-reboot do primeiro filme e, claro, a inserção de flashbacks. Chega um ponto, em que é bom revisitarmos os antigos momentos, no entanto, isso deixa de ser pontual e acaba por ser excessivo.
E mesmo que tenhamos um estilo mais modernizado, a identidade visual do filme se perde em alguns momentos; já em outros, nos remete ao universo estabelecido. Enquanto a trilha sonora, consegue ser bem funcional.
Há uma preocupação em resgatar os elementos desse universo, mas parece que nem sempre fazem isso da forma adequada. Muitos de nós, sonhávamos em ver um filme Matrix na atualidade, com os efeitos especiais de hoje; e mesmo que o filme tenha algo que nos convença e seja bonito de assistir, muitos cenários e iluminação soam artificiais.
Por outro lado, é extremamente gratificante ver uma sequel dessa história. Se o final de Matrix Revolutions nos gerava o benefício da dúvida, aqui, somos convidados a ter as respostas que quisemos sempre saber.
Existe uma metalinguagem presente, que certamente não irá agradar a todos, mas possui seus momentos. Em todos os filmes, havia pelo menos uma cena de ação memorável, aqui, nem tanto. Aliás, existem momentos em câmera lenta bem estranhos.
As atualizações na história

Uma coisa que sempre nos era dito nos filmes da franquia era: esta não é a primeira versão da Matrix. Então, torna-se muito interessante acompanhar essa nova versão e as inevitáveis alterações.
Algumas coisas são, de fato, semelhantes à versão anterior, porém, agora é outra coisa. E muito disso que se modifica, faz bastante sentido. As respostas que tanto esperávamos, conseguem ser plausíveis e interessantes; ou seja, as justificativas são bem-vindas e o efeito dos filmes anteriores surtiu bem na trama.
Porém, os personagens de Neil Patrick Harris e Jonathan Groff soam extremamente bobos, quando, certamente, deveriam ser o oposto disso. Não criamos tanto vínculo com os personagens fora da simulação, exceto Bugs, sendo consideravelmente legal.
Existia um tremendo potencial nesse filme, afinal, é um “Matrix feito em 2021″. Ele poderia ter levantado tantas discussões sobre a atualidade: em relação à mídia, tecnologia e como as pessoas estão cada vez mais presas. Porém, infelizmente, o filme não abraça esse lado, não há um grande debate filosófico e a ação não impressiona. Naquilo que os anteriores se destacavam, aqui, é bem razoável.
Mas se tem uma coisa que o filme faz bem, é justamente o arco de Neo e Trinity. Essa história fica mais interessante a cada filme, afinal, nos importamos muito com esses personagens. O motivo para essa trama se desenrolar e o desfecho dela, pode-se dizer que é satisfatório. Os últimos minutos de ambos são incríveis, e Carrie-Anne Moss se destaca!
Portanto, Matrix Resurrections está cheio de boas ideias, no entanto, muitos elementos soam superficiais e desperdiçam a possibilidade que o filme tinha de ser a grande ressurreição dessa franquia. De qualquer forma, continua sendo uma experiência válida.