Matrix, dirigido por Lana Wachowski e Lilly Wachowski, segue sendo um dos filmes de ficção científica mais lembrados até hoje. Mas será que esse início de saga é tão memorável quanto nós lembrávamos?
Sinopse
Um jovem programador é atormentado por pesadelos nos quais sempre está conectado por cabos a um grande sistema de computadores do futuro. Quanto mais o sonho se repete, mais ele começa a levantar dúvidas sobre a realidade. Após encontrar Morpheus e Trinity, ele descobre ser vítima da Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas e cria a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia.
Por que Matrix continua tão bom?
A Jornada do Herói é um conceito de percurso cíclico presente em mitos, apresentado pelo antropólogo Joseph Campbell. Aqui, em Matrix, temos isso com o nosso protagonista Thomas A. Anderson (Neo); e algo interessante desse personagem é como as coisas são reveladas para ele e como o mesmo precisará ser o agente de mudança no que lhe é apresentado, ou seja, a porta surge e ele deve tomar a atitude de abrir, mas claro, tudo em um grande processo.
Nós, seres humanos, adoramos discutir questões existenciais, questionar e apontar possibilidades. Ver a discussão apresentada nessa história sobre um futuro distópico dominado pelas máquinas é incrível, já que a própria criação da humanidade se revoltou e a deixou presa em uma simulação. Nesse sentido, no mundo em que vivemos, a tecnologia evolui a cada dia, então, o medo disso acontecer é grande, se é que já não aconteceu…
O motivo para essa história andar é plausível e conforme tudo vai sendo apresentado, vamos nos situando com Neo, de maneira orgânica. A direção sabe como te mergulhar nesses mundos e cria um ritmo bom para a história, com previsões, senso de urgência e uma ação muito bem conduzida. Apenas com um bom roteiro e uma boa direção, já existe a diferença.
Não podemos esquecer de citar a dupla dinâmica Keanu Reeves e Laurence Fishburne, além de Carrie-Anne Moss, como a icônica Trinity, e o grande Agente Smith, interpretado por Hugo Weaving. Todos do elenco estão em sintonia e eles entendem esses personagens!
A estética de Matrix
Impossível não apontar a identidade desse filme, tudo que você tá vendo além da história é muito marcante. O visual desses personagens foi uma tendência, a roupa de couro preta e os óculos escuros combinam demais com essa proposta, e você vendo esses elementos, já consegue ter aquela noção de identidade visual.
O código Matrix, mostrado pela grande quantidade de caracteres verdes representa a realidade virtual. É perfeito como esse conceito está aplicado diretamente na fotografia do filme, sempre que estamos na simulação, o tom daquele mundo está esverdeado.
Ao mesmo tempo, no mundo real, a cor predominante é azul. Esse tom se aproxima mais de uma monotonia e depressão que, de fato, naquelas circunstâncias é muito deprimente. A fotografia sabe brincar bem com as cores e significados, além de ser linda.
Matrix envelheceu mal?
Alguns efeitos especiais não estão tão palpáveis hoje em dia, por outro lado, estamos falando de um filme de 1999, mas que ainda sim, soa artificial em alguns momentos. Porém, os debates filosóficos, a criatividade na ação e toda a personalidade envelheceram muito bem.
Ainda mais que ele tem um papel muito importante em sua época, inspirando muitos filmes lançados posteriormente. Ele popularizou o efeito bullet-time, que congela, o chute de Trinity, e traz uma das cenas mais clássicas do cinema: Neo desviando das balas. As coreografias continuam impecáveis e as artes marciais presentes nelas trazem muito charme. Quantas vezes já vimos referências disso tudo depois?
Por fim, Matrix é um marco em todos os sentidos, um clássico que jamais perderá sua força. Ao contrário das duas sequências lançadas anos depois, Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, que apesar de não estarem no mesmo nível do primeiro, são boas.
Leia mais sobre: Matrix