Com história e direção de James Wan, Maligno chegou recentemente ao HBO Max. A proposta do cineasta era realizar um projeto diferente, um novo desafio, mas, que ainda estivesse atrelado a sua essência.
O diretor é muito reconhecido pelos seus trabalhos no terror. Ele foi responsável por: Jogos Mortais, Invocação do Mal, Invocação do Mal 2 e Sobrenatural. Todos esses são lembrados até hoje, mas será que ele realmente consegue inovar em Maligno?
No filme, Madison (Annabelle Wallis) começa a ter visões aterrorizantes de pessoas sendo brutalmente assassinadas e acaba descobrindo que, na verdade, são visões dos crimes enquanto eles ocorrem. Gradualmente, ela descobre que esses assassinatos estão ligados a uma figura do seu passado chamada Gabriel e, para impedir a criatura, Madison precisa investigar de onde ela veio e enfrentar seus traumas de infância.
A execução de Maligno
Antes de tudo, é bom ressaltar que essa foi uma belíssima surpresa em 2021. Já está sendo um dos maiores divisores de água do ano, muitos consideram um excelente terror e outros, uma decepção total. Afinal, é um filme muito diferente do que estamos acostumados e que, com certeza, gera discussões.
É interessante ver como o roteiro nos apresenta as situações e as desenvolve sem pressa. No início, parece que a história seguirá os clichês que já estão desgastados gênero. Porém, conforme as peças vão se movimentando, nada fica muito evidente e, o tempo todo, tentamos adivinhar o que realmente está acontecendo. Ou seja, a nossa curiosidade desperta.
Os personagens não são chatos, cada um deles movimenta a trama de alguma forma. No entanto, ocorre uma determinada situação no ato final que até funciona, porém, se ela fosse melhor abordada em outros momentos do filme, o efeito seria maior. Talvez, seja problema das atuações, também.
Esse é um filme que te deixa investido em sua proposta. As revelações acontecem gradualmente e tudo vai se amarrando organicamente, de formas que você consegue entender e pensar o quão inventivo foi o que você acabou de assistir. O próprio Gabriel é uma figura assustadora; seu visual, conceito, movimentação e concepções o tornam memorável.
Nesse sentido, as coisas são devidamente apresentadas, desenvolvidas e concluídas. Tudo com dinamismo, atenção aos detalhes e imprevisibilidade. Então, é ótimo se envolver com a protagonista e embarcar nessa jornada maluca de descoberta com ela; isso com elementos sobrenaturais, científicos e um bom mistério.
A inovação de James Wan
Esse é o fator que faz toda a diferença: James Wan. O diretor tem a sua nítida assinatura em todos os seus filmes, e aqui, não é diferente. É impressionante como ele apresenta fluidez, todos os seus movimentos de câmera e as perspectivas escolhida por ele, são bem atrativas. Ele sempre demonstra personalidade na direção e estabelece um bom ritmo para a história.
Existe uma cena, onde a nossa protagonista está fugindo; o diretor poderia ter seguido o convencional, mas ele mostra isso com uma visão de cima para baixo e em sequência, o que é sensacional. A própria sequência na delegacia é incrível, com poucos cortes, uma boa coreografia e uma ótima noção espacial.
A violência é bem utilizada, mesmo assim, não é tão palpável em alguns momentos. O que deixa o filme tão magnético é como as coisas se desenrolam e como o diretor nos mostra isso. Ainda mais com a agradável fotografia escura, que ajuda na formação de sua identidade.
Portanto, James Wan supre seu objetivo com sucesso. Além do roteiro de Akela Cooper, que se mostra criativo e competente. Com esse filme, temos um frescor para o gênero, apenas com uma boa história e uma boa direção. Maligno, com certeza, é um das produções de terror mais surpreendentes do ano!
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