Imagine um mundo distópico, dominado pela tecnologia futurista que mescla Matrix, Blade Runner e Neuromancer com a cultura milenar dos samurais japoneses, com muita ação e violência. Este mundo que o aclamado roteirista Rick Remender (Black Science, Capitão América, Deadly Class) apresenta em Tokyo Ghost, uma história em quadrinhos cyberpunk publicada pela Image Comics, e aqui no Brasil, pela Darkside Books.
Os quadrinhos contam com a incrível arte de Sean Murphy (Hellblazer, Vampiro Americano) e cores de Matt Hollingsworth (Wytches, Preacher, Hellboy) que dão mais vida ao claustrofóbico e bizarro mundo que ambienta a história, que podem até causar o estranho sentimento de “tecnofobia”, algo que vamos ouvir bastante em um futuro próximo.
Neste artigo vamos falar um pouco sobre essa incrível HQ feita para todos os fãs de ficção científica. Confira:
História
A história se passa no ano de 2089, onde o planeta foi tomado pelos oceanos tão poluídos, que um simples mergulho pode resultar em uma morte lenta e dolorosa. A maior parte das pessoas estão desempregadas, assombradas pela fome, e praticamente todo mundo busca um pouco de alívio da realidade no mundo virtual, no qual os mesmos estão viciados em níveis inimagináveis.
O ‘barato’ da tecnologia acontece através do ópio eletrônico, que leva aos “tecnoiados” à chat de mensagens, feeds de notícias e reallity shows, entre outras formas de entretenimento, bem parecido com o que temos hoje em dia nos smartphones, porém em níveis absurdamente mais constantes. O monopólio dessa parada, está nas mãos do magnata Flak, que controla gângsteres por toda a Ilha de Los Angeles.
Como de se esperar, há muitos problemas nos negócios de Flak, então, ele conta com uma dupla de delegados para cobrar dívidas e resolver os demais transtornos, Led Dent e Debbie Decay, que são pagos por Flak para resolver estes problemas. Debbie, nunca se rendeu ao vício da tecnologia, já Led Dent é quase um zumbi por conta do vício. Flak enviou a dupla para a missão de derrubar o último país que ainda não se rendeu ao novo mundo tecnológico: os Jardins Verdejantes de Tóquio. Sim, o Japão. Que apesar de hoje ser um dos países que mais produzem e consomem tecnologia no mundo, também são marcados pela tradição milenar dos samurais.
Em Tokyo Ghost, o mundo é muito sujo e feio, embora tenha muitas cores neons e veículos voadores, é um lugar sombrio e marcado pela efêmera desesperança das pessoas. Os personagens são todos bastante bem trabalhados em relação ao mundo, já que seus sentimentos são expostos e bem colocados, tanto com os antagonistas, quanto com os protagonistas, a história, aliás, vai muito além da ação, é também uma história de amor em um romance bastante dramático.
A forma como converge em um futuro distópico cyberpunk consumido pela tecnologia com a simbologia da cultura japonesa com os costumes nipônicos, é uma das coisas mais bacanas da HQ, que distorce muito do que imaginamos do futuro. E o excelente traço e as cores usadas nos quadrinhos, elevam essa qualidade.
Esta é uma das melhores histórias em quadrinhos cyberpunks que lançaram nos últimos anos, com todo um conceito único quando comparado a outras obras com este tema. Como é o de se esperar de Rick Remender, um dos melhores roteiristas de quadrinhos da atualidade. Vale a pena a leitura para adentrar a este caótico mundo, que logo, logo virá em outras mídias também.
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