Red: Crescer é Uma Fera é a mais recente aposta da Pixar. A produção, lançada diretamente no Disney+ em março deste ano, é dirigida por Domee Shi — já conhecida pela direção dos curtas Bao e Purl —, que também assina o roteiro ao lado de Julia Cho.
Red é mais um passo no novo caminho que a Pixar parece estar trilhando em suas produções. Mas será que vale a pena?
A trama de Red: Crescer é Uma Fera
Na trama de Red: Crescer é Uma Fera, conhecemos Meilin “Mei” Lee (Rosalie Chiang), uma garota de treze anos que começa a experimentar uma estranheza bastante comum: a de entrar na adolescência.
Mas Mei precisa lidar com algo que as demais adolescentes não precisam se preocupar: quando fica muito animada, ela se transforma em um panda-vermelho gigante!
Assim, além de precisar lidar com panda-vermelho, Mei precisará lutar contra a onda de sentimentos que adolescência traz, além do peso de estar em uma família superprotetora.
A produção
Apesar de ser uma animação, sabemos que a Pixar produz filmes para todos os públicos. Aquelas produções cativantes para os mais novos, mas repleta de mensagens subentendidas e reflexões para o público mais velho. E, claro, Red não foge disso.
Domee Shi acerta ao trazer a influência asiática para a trama. No centro desta história, temos uma jovem de família chinesa que tenta conviver com as cobranças familiares no meio de uma das fases mais complicadas de sua vida: a adolescência.
É interessante ver como todos os elementos da produção se encaixam, criando algo ímpar e, até mesmo, diferente de tudo que a Pixar já fez até aqui. Afinal, fica claro que o estúdio está tomando um caminho mais autoral no estilo de cada filme. Prova disso é o estilo narrativo (e visual) que suas produções têm apresentado, como os recentes Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, Soul e Luca. O estúdio parece estar dando mais liberdade para as narrativas reflexivas, sem deixar de lado a diversão.
Além disso, a paleta de cores do filme é bastante agradável e “casa” perfeitamente com o tom do filme. Assim como trilha sonora, que também exerce grande importância na narrativa.
Referências, referências e mais… referências!
A trama de Red: Crescer é uma Fera se passa no início dos anos 2000, em Toronto, Canadá — mais precisamente na Chinatown de Toronto. Com isso, Tamagotchi, boy bands e filmadoras são apenas parte das inúmeras referências nostálgicas dos anos 2000 que podemos identificar na produção.
Além disso, parte dessas referências exercem um papel narrativo de vital importância, como a boy band 4 Town, que gera um forte fio condutor para a trama do filme e para a motivação das ações da nossa protagonista. Afinal, é por conta do amor de Mei e de suas amigas por esta banda, que vemos a protagonista tomar diversas iniciativas.
Contudo, é injusto mencionar apenas isso, visto que produção se compromete em fazer diversas outras pequenas homenagens à cultura asiática. Algumas bem visíveis, enquanto outras se fazem presentes apenas diante dos olhos mais atentos.
Red: Crescer é uma Fera é um amálgama de referências: temos expressões caricatas digna de memes, referências diretas ao estilo das produções anime, além daquelas já citadas aqui.
Veredito
Fazendo paralelos e deixando mensagens nas entrelinhas, Red: Crescer é uma Fera se torna uma produção divertida e cativante para todas as idades.
A animação é uma discreta aula sobre o papel da família e dos amigos em nossas vidas e como eles possuem capacidade para nos dar forças ou nos destruir através de suas ações.
É impossível não se divertir e se emocionar com as aventuras de Mei e suas amigas, enquanto ela lida com novas descobertas em sua vida.