Um dia, Frederico Metzengerstein encontra uma pintura em um dos cômodos, que retrata um cavalo fascinante, em seguida, se depara com o extravagante animal à sua frente, que alega pertencer-lhe, e depois disso, não pareceu conseguir largar mais o cavalo. Para piorar a situação, seu comportamento começa a se tornar mais estranho a cada dia.
As famílias Metzengerstein e Berlifitzing são rivais há muito tempo. Tudo começou com uma profecia que ditava que uma casa se sobreporia à outra, e esta promessa serviu para progredir o relacionamento complicado das duas famílias. Um dia, o conde Wilhelm von Berlifitzing falece e, logo depois, o barão encontra o cavalo de sua pintura com as iniciais W. V. B., e suspeita que o cavalo pertencia ao falecido. Mas essa informação é negada na mesma hora, e Metzengerstein decide ficar com o cavalo.
É nesse momento que tudo começa a desandar. O conde só quer saber daquele cavalo assustador e arisco, e não demora até que todo mundo cogite que ele perdeu o juízo, e comecem a excluí-lo de seu meio social.
Esses repetidos insultos não podiam ser suportados por uma nobreza imperiosa. Tais convites tornaram-se menos cordiais, menos frequentes, até que cessaram por completo.
Onde quer que estivesse, a qualquer hora, era certeza de que você encontraria Metzengerstein com o animal, que parecia estar conectado com o seu dono.
No esplendor do meio-dia, a horas mortas da noite, doente ou com saúde, na cama ou na tempestade, o jovem Metzengerstein parecia parafusado à sela daquele cavalo colossal, cujas ousadas intratáveis tão bem se adequavam ao próprio espírito do dono.
Certas pistas nos levam a crer na chamada Metempsicose, que consiste na crença da alma de um morto passar para um animal ou planta. Será que Berlifitzing está na forma do cavalo, agora? Frederico está perdendo a cabeça por uma vingança de seu falecido inimigo?
Edgar Allan Poe é mestre em apresentar histórias curtas com roteiros singulares. Mesmo em poucas páginas, ele consegue nos inserir em ambientes sombrios com uma riqueza de detalhes que nos assombra, para dizer o mínimo. Neste conto, sua narração característica já mostra sua identidade desde as primeiras linhas, mas é preciso dizer que o ritmo da escrita difere, pois, começamos com uma introdução mais dinâmica e somos encaminhados para uma leitura mais pesada ao decorrer.
Com certeza, esse não é um dos contos indicados para leitura para aqueles que querem iniciar Poe. Mesmo que possua uma trama interessante, é cansativo tentar entender as simbologias aplicadas, tendo a necessidade de uma releitura depois. Além disso, parece que o desfecho não é o final da história, mas apenas a metade de outra não contada. Certa vez, o escritor disse que trabalhos com significados óbvios deixam de ser arte — mas às vezes, você exagera na dose, né, Edgar?
O conto é espetacular para aqueles que procuram um exemplo de como estruturar uma história, e contá-la em pouco tempo. Contudo, para aqueles que procuram um terror mais explícito, esta talvez não seja a melhor escolha.