O terceiro longa da franquia Animais Fantásticos, intitulado Os Segredos de Dumbledore já estreou nos cinemas.
O filme dirigido por David Yates e distribuído pela Warner Bros., continua a história de Newt Scamander (Eddie Redmayne) e seus companheiros, para derrotar Grindewald (Mads Mikkelsen).
Alvo Dumbledore (Jude Law), incapaz de deter o grande bruxo das trevas, reúne uma intrépida equipe de bruxos, bruxas e um corajoso padeiro trouxa. No entanto, Grindewald ganha novos seguidores em sua maléfica busca para destruir o mundo dos trouxas.
Embora os inúmeros imprevistos e problemas que afetaram a produção de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, o filme consegue entregar uma boa experiência. No entanto, há diversos problemas que precisam ser atentados.
Erros e acertos de Os Segredos de Dumbledore
Assim como seus anteriores, o longa possui muitos pontos positivos. Começando pela trilha sonora e pelos efeitos visuais das criaturas fantásticas e os elementos mágicos. Estes são belíssimos e realçam o poder que a franquia tem no quesito épico.
No entanto, há cenas tão exageradamente escuras que transparecem a sensação de falta de recursos para tais efeitos. Além disso, alguns momentos em câmera lenta quebram a construção dos mesmos.
O terceiro filme da franquia apresenta algo que não havia sido tão bem construído antes no universo de Harry Potter: a discussão política.
A política do mundo bruxo é bem apresentada e a época em que o longa se situa (década de 30) favorece a discussão. Mas o filme consegue construir sua própria narrativa, sem tocar em pontos históricos, embora haja sempre uma metáfora.
Ritmo e narrativa
Porém, assim como o filme anterior, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald, o novo longa parece não saber para onde a narrativa está indo. Parece não haver uma construção sólida para uma trama.
Os problemas de roteiro afetam também o ritmo. O filme possui os dois primeiros atos extremamente lentos e cansativos, que, se não fossem os bons efeitos visuais, ficariam praticamente desinteressantes.
Há diversos temas sendo discutidos desde o longa anterior, como, por exemplo, a família do personagem Credence (Ezra Miller), a ascensão de Grindewald, o drama de Dumbledore, a trama política, o arco de Queenie (Aline Sudol), e outros.
No entanto, a construção destes acabam sendo atrapalhada pelas outras, visto que o longa não estabelece qual é o tema principal. Isso acontece pela quantidade de personagens e por conta da franquia precisar justificar o motivo de ter cinco filmes até sua conclusão.
Esse problema afeta a trama principal e os protagonistas. Neste filme, Newt Scamander é jogado para escanteio, além disso, personagens importantes do longa anterior pouco dão as caras aqui.
O futuro da franquia
Para piorar, novos personagens, com novos elementos e discussões importantes, até mesmo em um plot importante para o filme, possuem apenas algumas cenas — e um deles, apenas uma frase.
Contudo, a apresentação destes personagens prova que o universo mágico pode muito bem se estender em um universo expandido interessante. Mas, para isso, precisa criar histórias novas à parte para desenrolar a trama composta nos dois últimos filmes da franquia.
Os Segredos de Dumbledore tem inúmeros problemas, mas é visualmente belíssimo. Além disso, possui um elenco interessante para o futuro da franquia, com destaque para Mads Mikkelsen e Jude Law.
O longa, tenta emocionar, mas por conta de seus problemas narrativos, acaba ficando um tanto confuso. Além de ter muitas reviravoltas que quebram o clima. Porém, ainda é um bom filme por conta da parte visual.
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