Os fãs de Halloween já estão acostumados com os diversos renascimentos da franquia, que assim como seu principal personagem, Michael Myers, parece simplesmente imortal. Entre refilmagens, continuações e filmes aleatórios — exploração da “marca” —, Halloween é uma das franquias mais confusas e ousadas do gênero.
A refilmagem feita 2007 e sua contestada continuação de 2009, não deram à franquia o fôlego — nem a arrecadação — esperado para continuar, apesar de terem na direção, Rob Zombie.
No entanto, o fracasso nos filmes de Zombie, não impediram uma nova investida na franquia, bancada por Jason Blum, que apostou em David Gordon Green para trazer Michael Myers e Laurie Strode de volta às telas.
A produção de Halloween
David Gordon Green, conhecido por comédias como Segurando as Pontas e Sua Alteza?, faz sua estreia na direção de filmes de terror, dividindo o roteiro com o comediante Danny McBride, para muitos uma aposta arriscada de Jason Blum. John Carpenter, criador de Halloween, também esteve envolvido na produção do filme. Dessa vez, a franquia volta às origens, ignorando todos os acontecimentos após o primeiro filme, Halloween (1978), de John Carpenter, tornando-se a segunda continuação direta desse filme — sim, é uma confusão.
O filme traz de volta os principais personagens, Michael Myers e Laurie Strode, 40 anos depois do primeiro filme. O novo universo criado não ignora somente as inúmeras vítimas de Myers através dos filmes e toda a mística criada por trás, mas também renega os laços familiares de Michael e Laurie.
O filme lembra um pouco Halloween H20 (1998), com elementos similares, como o retorno da atriz Jamie Lee Curtis.
O desempenho do longa
Halloween (2018) performou muito bem nos cinemas, ultrapassando 250 milhões de dólares ao redor do globo, se tornando o filme slasher mais rentável da história, título que pertencia a Pânico (1996).
As atuações não comprometem o filme. Destaque para Jamie Lee Curtis, que reinventa sua personagem, Laurie Strode — agora, uma mulher de meia-idade, forte, porém, que sofre de estresse pós-traumático, por conta dos acontecimentos do primeiro filme; uma Laurie Strode completamente diferente do que se viu em Halloween (1978) e Halloween H20.
O retorno da atriz à franquia, é importante, pois ela demonstrou ter grande apelo entre os fãs de Halloween. E isso foi muito observado durante a fase de produção, onde várias fotos foram publicadas, e, a reação dos fãs sempre foi extremamente positiva.
Vale a pena assistir ao filme?
Apesar da boa bilheteria, o filme não chega a surpreender nas telas. Não há nada de novo e extraordinário na história.
Em uma época onde o terror slow burn está em alta, o diretor poderia ter aproveitado para trazer de volta o suspense que consagrou o primeiro filme, mas o que vemos é um filme rápido e com muita ação, principalmente no terceiro ato. Assim, infelizmente, falta profundidade na história. Michael é uma máquina de matar, sem propósito. Além disso, o suspense dá lugar aos dramas familiares, como alcoolismo e ausência paternal. Sem contar as intrigas adolescentes, que mais servem para introduzir alguns personagens do que para dar algum sentido à trama.
Em resumo, Halloween não passa de um filme slasher clichê. Pois, fica bem aquém do suspense do filme original, como havia prometido o diretor David Gordon Green.
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